Entre os sentenciados estão agentes da PF, acusados de facilitar o contrabando de anabolizantes e produtos eletrônicos.
O contrabando, investigado ao longo de cinco anos pela Operação Celeno, envolve agentes da Polícia Federal e também da polícia Civil de São Paulo, apontados como facilitadores da importação ilegal de produtos oriundos do Paraguai e que possibilitou a uma organização criminosa a movimentar cerca de R$ 3 bilhões por ano.
O processo foi julgado pela Justiça Federal de Paranavaí que sentenciou 65 pessoas. Além dos policiais foram condenados membros de quatro organizações criminosas, envolvidas no maior esquema de importação de anabolizantes e eletrônicos por meio aéreo realizado no Brasil.
As organizações contavam com integrantes que atuavam em vários estados, inclusive no Paraná, principal rota do crime. Os contrabandistas traziam mercadorias do Paraguai por via aérea e distribuíam no Paraná, em São Paulo e Minas Gerais. As aeronaves com os produtos ilegais decolavam de Salto Del Guairá e nesses três estados pousavam em pistas clandestinas. Parte da comercialização dos produtos eram feitos por empresas de fachada, montadas pelas quadrilhas. A maioria dessas empresas são sediadas em Ribeirão Preto e São Paulo (capital);
O caso ganhou repercussão nacional quando um monomotor lotado de anabolizantes e produtos eletrônicos, principalmente celulares, fez um pouso forçado no Aeroporto Edu Chaves de Paranavaí , após ser alvejado pela Força Aérea Brasileira. A partir daí, mais precisamente de 2013, a Polícia Federal iniciou a Operação Celeno, que resultou em 138 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal e cumpridos em Paranavaí, outras cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Paraná foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Paranavaí, Loanda, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá. Cinco pessoas foram presas: um piloto em Maringá, três agenciadores de frete em Foz do Iguaçu e uma funcionária de uma bomba de combustível do aeroporto de Paranavaí.
Algumas condenações ultrapassam os 15 anos de reclusão. Ao longo da operação foram apreendidos 112 automóveis de luxo, 11 aviões, móveis, joias e dinheiro em espécie.
Redação JP
Foto – RPC