Denunciado pelo Ministério Público o médico é acusado de vários tipos de violência, inclusive o de fazer procedimentos cirúrgicos sem anestesiar as parturientes.
Os procedimentos, que além de serem realizados sem anestesia, incluíam amarração das pernas das pacientes ocorriam no Hospital Regional do Norte Pioneiro, em Santo Antônio da Platina. O processo corre em segredo de justiça, mas o ministério Público, que ouviu pelo menos 10 vítimas, já obteve da Justiça o afastamento do ginecologista do serviço público. Segundo a promotora de Justiça Kele Cristiani Diogo Bahena, “a ação trata de fatos muito sensíveis, em que o médico de um hospital da região, de referência em partos, submetia as gestantes a tratamento degradante”. Além dos procedimentos cirúrgicos violentos, o médico praticava agressões verbais contra as parturientes, expunha a intimidade delas. Ele chegava ao ponto, segundo a promotora, de amarrar as pernas das parturientes no momento do parto e proceder as suturas sem anestesia.
As investigações prosseguem e já foram ouvidas pelo Ministério Público, cerca de 24 testemunhas, a maioria vítimas. Algumas chegaram a relatar nas redes sociais o clima de terror que viviam durante o parto. “O que chamou atenção do Ministério Público foi o elevado número de vítimas que foram até as redes sociais relatar fatos a esse respeito”, contou a promotora, acrescentando que “como consequência as práticas do médico causaram abalo psicológico nas mulheres que estavam em trabalho de parto ou que acabaram de dar à luz”. O médico vinha sendo investigado desde o início do ano passado. Segundo o que já foi levantado no inquérito, ele não tem especialização na área de obstetrícia.
Redação JP
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