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Você tem a mente aberta?

Você se considera uma pessoa de mente aberta?
Ei, ter a mente aberta não é ser um depósito de lixo; não é estar disponível para entulhar ou aceitar qualquer porcaria. Nada disso. Ter a mente aberta é ser capaz de superar a resistência teimosa que, frequentemente, impede o crescimento, o desenvolvimento pessoal e novas experiências.
Essa resistência é alimentada por sentimentos de autossuficiência, orgulho, cegueira intelectual; e até dificuldade para colocar em prática um conselho bíblico… O princípio de que na multidão de conselhos podemos encontrar segurança (Provérbios 11:14).
O escritor Stephen Arterburn, no livro “Paredes Emocionais: como superar os obstáculos que impedem sua vida de seguir adiante”, da editora Mundo Cristão, lista algumas perguntinhas que ajudam a identificar se somos pessoas teimosas, resistentes, de mentes fechadas. Vou compartilhar algumas dessas perguntas, parafraseando o autor. Tente responder aí para você.
Primeiro, com que frequência, você admite que está errado? Pense aí… Você é do tipo que admite que está errado? Com que frequência, você faz isso? Lembra qual foi a última vez que admitiu estar errado?
Segunda pergunta: com que frequência você pede perdão ou desculpas? Fez isso alguma vez esta semana?
Terceira pergunta: com que frequência você pede a opinião de outras pessoas? Isso mesmo: com que frequência você pede que outras pessoas revelem o que realmente pensam sobre você ou suas ações? Você tem o hábito de pedir o conselho, a orientação de outras pessoas? Quando pede a opinião, nota que o outro se sente confortável para dizer o que realmente pensa?
Quarta pergunta: alguém já te disse “você tem muita necessidade de estar sempre certo”? Alguém já olhou para você e disse: “você tem mania de querer estar sempre certo!”? Já escutou essa afirmação sobre você?
Uma quinta pergunta: você se irrita quando alguém insiste num outro ponto de vista? Se irrita quando alguém diverge, contrariando você?
Essas perguntas são fundamentais num processo de auto-avaliação. Os questionamentos expõem as dificuldades em admitir e reconhecer quando está errado, a resistência em ouvir opiniões divergentes… Enfim, as perguntas ajudam a avaliar o nível de abertura de sua mente.
Ter a mente aberta é a chave decisiva para superar as paredes que impedem viver de maneira plena. Ao longo da vida, criamos imagens a respeito de nós mesmos, dos outros e sobre os fatos. Imaginamos nosso potencial, imaginamos nossas fragilidades… Imaginamos como os outros são e como pensam… Imaginamos como tudo funciona… E, tendo como referência essas imagens, tomamos decisões.
Essas imagens são nossas crenças. Muita gente é teimosa e não enxerga sua teimosia; se acha flexível. Muita gente é grossa com as pessoas e é incapaz de notar suas grosserias; se acha gentil e educada. Muita gente é ansiosa e não admite isso; acha tudo normal e não procura ajuda. Muita gente se acha incapaz e não percebe seu potencial; segue vivendo na mediocridade.  
Essas são crenças que carregamos. E fazemos isso também em relação às outras pessoas e na interação com o mundo.
Se não tivermos a mente aberta para enxergar a nossa realidade e a realidade dos outros sob outras perspectivas, seguiremos vivendo as mesmas coisas, repetindo os mesmos erros e nunca daremos conta de ampliar as experiências de vida.
Abrir a mente é se abrir para perceber que nem sempre está certo. Mas, principalmente, abrir a mente é desenvolver a capacidade de reagir de forma acertada e assertiva quando se está errado. Não adianta reconhecer o erro; é fundamental saber o que fazer quando se nota o erro. Gente de mente aberta é capaz de se calar para ouvir quem tem algo a dizer – ainda que o outro pareça apenas disposto a criticar.
É fato que críticas podem ser maldosas, mas frequentemente é possível encontrar um fundo de verdade nas críticas que são feitas a nosso respeito.
Gente de mente aberta também é gente que desenvolve a habilidade de reconhecer na multidão quem são as pessoas que podem ter contribuições valiosas para o nosso desenvolvimento – seja no relacionamento, nos estudos, na vida espiritual e também na carreira.
A resistência teimosa leva pessoas a fracassarem nos negócios, no trabalho, porque não querem consultar outras pessoas, não aceitam ser contrariadas…
E o que dizer do relacionamento? Quem aí não conhece alguém que quebrou a cara insistindo em se casar com uma pessoa que não servia para marido ou esposa?
O problema é que quando se fala da necessidade de ter a mente aberta, sempre apontamos o outro, sempre lembramos de alguém que precisa abrir a mente, mas quase nunca olhamos para nós mesmos a fim de reconhecer nossa resistência teimosa.
Portanto, meu desafio pra você hoje é: olhe pra dentro de você, responda com sinceridade as perguntas que eu fiz. Faça uma auto-avaliação. Identifique se você tem estado aberto para informações vitais, úteis que estão à nossa disposição, mas que provavelmente não encontraríamos sozinhos, sem a ajuda de outras pessoas.


Ronaldo Nezo
Jornalista e Professor
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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