O último boletim da Secretaria de Saúde de Maringá apontou que o município tem 303 casos confirmados de dengue. Desde agosto, quando começou o calendário epidemiológico estadual, já foram 2.191 notificações da dengue e, no momento, 664 casos estão em análise. Os números deixam a Cidade numa situação de alerta; segundo o diretor de Vigilância e Saúde, Eduardo Alcantara, o número de infectados pode chegar a 360 até o final dessa semana.
“A média é de 50 novos casos por semana em Maringá. A prevalência da doença está na região noroeste, proximidades do Jardim Paris 6, Olímpico e Ney Braga. No mês de abril há historicamente o aumento de casos por conta do clima. É possível que os casos aumentem se não houver a tomada de medidas sérias e que também são simples. Nas casas é preciso olhar os vasos de plantas, as calhas e/ou lixo que possa acumular água; nos estabelecimentos comerciais, além de todos esses locais, é preciso verificar as fachadas das lojas onde já encontramos focos do mosquito. Agora as condições são ainda mais favoráveis para crescer a quantidade de infectados por conta da temperatura elevada e chuvas constantes”, disse Alcantara.
A retomada da estratégia de aplicação do fumacê nas cidades do Paraná foi amplamente discutida antes e durante a pandemia; porém, em Maringá o trabalho não começou efetivamente até o momento. A ação é considerada muito importante para o combate contra o mosquito, e a falta foi fundamental para que o Paraná entrasse em estado de epidemia da doença em 2020. A última vez que o fumacê percorreu bairros de Maringá passou por mais de 1 mil quarteirões. O fumacê é autorizado pelo Estado, atualmente a Cidade não tem critério para a aplicação em todos os bairros, as vezes acontecem aplicações localizadas para controle.
PARANÁ
O boletim semanal da dengue publicado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) registrou mais 3.725 casos da doença no Paraná, um aumento de 47% em relação aos números do informe anterior, de 29 de março. O boletim traz mais de 52 mil notificações, com 11.678 confirmações verificadas no atual período sazonal da doença, que iniciou no dia primeiro de agosto e segue até julho de 2022. Dos 353 municípios que registraram notificações de dengue, 258 confirmaram a doença.
Diante do cenário atual, as equipes da Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde estão em alerta para o combate à proliferação do mosquito Aedes aegipty, transmissor da zika, chikungunya e dengue, doenças chamadas de arboviroses. A dengue é considerada endêmica em todo o Paraná. Várias ações estão sendo tomadas a fim de intensificar e implementar medidas de prevenção e controle, além daquelas já existentes. Duas pessoas já morreram em decorrência da dengue este ano no Estado: dois homens que residiam em Nova Esperança (Noroeste) e Arapongas (Norte).
Ontem, a Secretaria da Saúde realizou uma reunião do Comitê Intersetorial de Controle da Dengue, primeiro encontro presencial desde o início da pandemia de Covid-19. O Comitê foi criado em 2019 com o objetivo de implementar ações de mobilização para a intensificação do combate à doença e é composto por 13 secretarias, autarquias e órgãos do Governo do Estado.
Victor Cardoso
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