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Pego para Cristo

Pegar  pra cristo significa importunar continuamente uma pessoa, fazê-la sofrer, humilhá-la, persegui-la, fazer um inocente pagar pelo culpado.
           
Quando falamos em Cristo,  há o perigo de se cometer heresia, que significa escolha, opção, que ocorre quando alguém tem um pensamento diferente de um sistema ou de uma religião.
       
Sem medo parecer herege, diria que há Procuradores, Promotores e Juízes, que entram para carreira, mais pela segurança, status, estabilidade, e menos por vocação em servir à justiça. Esses pouco se importam com os que mais sofrem com injustiças e quanto menos processos tiverem acham melhor. Passam a vida funcional, esquivando-se de problemas com os mais poderosos,  à espera da aposentadoria.
       
Outros, ao contrário, abraçam o MP e a magistratura, quase como um sacerdócio em busca de  fazer justiça, sobretudo na correta aplicação dos recursos públicos, combatendo, evitando e punindo  a corrupção. Este é o caso do ex juiz, Sérgio Moro, cuja carreira pode ser resumida assim:

Em 1996 assumiu o cargo de juiz federal e  a carreira como magistrado duraria vinte e dois anos. Começou como juiz substituto em Curitiba. No mesmo ano, passou,  também, a lecionar na Universidade Federal do Paraná. Em 1998,  foi para Cascavel (PR), assumindo o  cargo de juiz titular.

Especializado em crimes financeiros, foi juiz do caso Banestado no início dos anos 2000, participando da operação “Farol da Colina”, que investigou suspeitos de crimes contra o sistema financeiro, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Durante a investigação homologou um acordo de delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que também apareceria na Lava Jato.

Em 2008, proferiu a sentença que condenou a 29 anos de prisão Fernandinho Beira-Mar, codinome do traficante Luiz Fernando da Costa. Em 2012, foi juiz auxiliar da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), no mensalão.

Estudioso da Operação Mãos Limpas, que combateu a corrupção na Itália na década de 1990, comparou-a com Lava Jato, que foi deflagrada em 2014, tendo-o como responsável, na condição de  juiz na 13ª Vara Federal de Curitiba, que viria a ser reconhecida como a maior operação de combate à corrupção no país, talvez no Planeta.

Proferiu sentenças condenatórios de figuras importantes, dentre outros, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e de Renato Duque, ex-diretor da  Petrobras o ex-presidente Lula  (PT) por corrupção no caso do tríplex do Guarujá, em 2017, decisões que foram confirmadas por instâncias superiores.

Tinha uma carreira sólida até o final de 2018, respeitado no país e fora dele, pelos resultados da Lava Jato, até então. Quando aceitou convite do então presidente eleito para ser Ministro da Justiça, com a promessa de ter carta branca na continuação do combate à corrupção, seu  calvário começou.

Aqui entra uma quase ou total heresia, mas é inevitável, na minha visão, a comparação, obviamente considerada as devidas proporções e adiantamento espiritual, entre ele  e Jesus Cristo. O modelo guia da humanidade, o Espírito mais adiantado que habitou a Terra, e foi crucificado por fazer o bem, sem ter cometido qualquer crime, apenas por contrariar interesses dos poderosos ( Pilatos assim reconheceu, mas lavou as mão).

Sérgio Moro tem enfrentando perseguição implacável de políticos  petistas e bolsonaristas e outros criminosos poderosos investigados, processados e julgados pela com a Lava Jato e  boa parte da imprensa, sofrendo humilhação e verdadeira crucificação de sua honra..
             
Podemos dizer  que foi pego pra Cristo, assim como Deltan Dallagnol, mas como o bem sempre vai prevalecer, ambos darão a volta por cima, assim esperamos.

Akino Maringá, colaborador  
Foto – Reprodução

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