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Corrupção em Paiçandu

Entre os denunciados que viraram réus estão um ex-prefeito, ex-secretários, servidores municipais e empresários de Paiçandu.

A Justiça aceitou denúncia da Primeira Promotoria de Maringá, tornando réus 11 dos 14 envolvidos em um esquema de fraudes de licitação na Prefeitura de Paiçandu. O ex-prefeito Tarcísio Marques dos Reis, apontado como um dos cabeças do esquema, está na lista dos denunciados e deverá ser julgado por crimes de corrupção, fraude e organização criminosa. Márcio da Silva, secretário de Finanças da prefeitura na época é apontado como o responsável pela execução do esquema, que envolvia até pagamentos mensais a servidores. De acordo com as investigações, entre 2013 e 2018, pelo menos duas licitações foram feitas, visando a compra de equipamentos de informáticas para a administração municipal. O valor dos contratos passou dos R$ 3 milhões.

Na denúncia, que tem 61 páginas, o Ministério Público detalha o funcionamento do esquema. “Eles pegaram orçamentos com parceiros. Como servidor, era o Secretário de Fazenda que promovia a licitação, ficava fácil dar rumo aos orçamentos. Concorreu só a empresa dele praticamente, as outras que forneceram orçamento se quer vieram, porque também eram parceiras, e ela venceu. Depois, na segunda licitação, apareceu uma segunda empresa, que venceu parte e, depois, passou a ser investigada também”, explicou o promotor Pedro Ivo.

Durante a apuração do caso, a Justiça apreendeu computadores e telefones celulares. A perícia feita nesses aparelhos revelou as conversas comprometedoras entre os envolvidos no esquema. Em um dos áudios, mensagem entre um servidor municipal e um empresário, revela a cobrança de propina para que o pagamento das compras empenhadas fosse feito. “Libera esses ‘dois contos’ para mim, que daí eu libero o empenho de vocês que está parado lá. Agora, se não tiver como vocês liberarem, infelizmente eu vou ter que dar uma segurada e passar na frente quem tá ajudando”, disse um servidor suspeito a um dos empresários envolvidos no esquema.
Uma outra mensagem, revelou que os pagamentos nem sempre eram feitos em dinheiro, mas também com o financiamento de almoços. Se condenados, os réus podem pegar até 20 anos de cadeia.

Redação JP
Foto – Reprodução

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