Em uma semana, Maringá registrou 133 novos casos de dengue. As informações são do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, divulgadas na quarta-feira. Ao todo o município tem 425 casos confirmados da doença. Desde agosto, quando começou o calendário epidemiológico estadual, já foram mais de 2,2 mil notificações e 664 casos estão em análise. Números que deixam a Cidade numa situação de alerta.
Na última terça-feira, a Cidade registrou mais uma morte por dengue. Giselle Itália Ruggeri Chiuchetta, de 47 anos, havia sido diagnosticada com um quadro de dengue hemorrágica e, por causa de complicações da doença, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi internada, mas não resistiu e morreu por volt adas 20 horas da última terça-feira. A Arquidiocese de Maringá se manifestou por meio de nota o falecimento da esposa do diácono Marcus Geandré Nakano Ramiro, da Catedral Nossa Senhora da Glória.
“Neste momento de dor, a Igreja se solidariza com os familiares e conclama o Povo de Deus a unir forças para combater o mosquito transmissor da dengue. A responsabilidade pela vida é de todos. Com fé, rezemos: Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ela a Vossa luz!”, traz o texto da Arquidiocese. No boletim da Sesa esse óbito ainda não foi contabilizado, portanto, o Paraná segue com cinco mortes confirmadas pela doença neste período epidemiológico. São três novas vítimas das regiões oeste e noroeste do Estado. Dois homens, um de 86 anos, que residia no município de Matelândia, e outro de 74 anos, morador de Tapira, além de uma mulher de 32 anos, residente de Medianeira. Os dois óbitos anteriores são de Arapongas e Nova Esperança.
Atualmente o Estado tem 16.560 confirmações da doença, sendo 12.465 novas notificações, totalizando 65.040 registros em 360 municípios. Há ainda, 19.051 casos em investigação. O secretário de Estado da Saúde, César Neves, disse que “este aumento vertiginoso no número de casos notificados e confirmados aponta para uma situação de eminente epidemia, e por esse motivo é necessário fazer um alinhamento de medidas, principalmente no que se refere à ação do Estado nas Regionais de Saúde e consequentemente nos municípios.”
AÇÕES
Secretários municipais se reuniram no início da semana para organizar uma força-tarefa na ′Semana D′ contra a dengue. O objetivo é promover atividades em conjunto com a comunidade para eliminar possíveis focos do mosquito, Aedes Aegypti, transmissor da doença.
“As ações na verdade nunca param, mas vamos intensificar a partir de amanhã. Será uma mobilização de toda Prefeitura, onde Saúde, Limpeza, Fiscalização, Segurança, estarão nos bairros. As equipes já foram até a região da Avenida Mandacaru, Vila Vardelina e outros bairros próximos que estão com a situação mais complicada”, explicou o secretário de Limpeza Urbana, Paulo Gustavo.
Como ação prática, ele disse que serão em quatro eixos: orientação, com equipes da Secretaria de Educação; fiscalização, em locais com mato alto; prevenção, inclusive com a aplicação de veneno; e limpeza, um caminhão vai passar para recolher materiais que possam acumular água. A população é tida como principal ator dessa iniciativa, podendo já retirar pneus, vasilhas e outros itens para serem levados pelas equipes da Prefeitura, por meio da Coleta Seletiva.
A retomada da estratégia de aplicação do fumacê nas cidades do Paraná foi amplamente discutida antes e durante a pandemia; porém, em Maringá o trabalho não começou efetivamente até o momento. A ação é considerada muito importante para o combate contra o mosquito, e a falta foi fundamental para que o Paraná entrasse em estado de epidemia da doença em 2020. A última vez que o fumacê percorreu bairros de Maringá passou por mais de 1 mil quarteirões. O fumacê é autorizado pelo Estado, atualmente a Cidade não tem critério para a aplicação em todos os bairros, as vezes acontecem aplicações localizadas para controle.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução