Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, que participou da operação, uma das vítimas trabalhava há 21 anos e a outra há 18. Um dos trabalhadores estava cadastrado no sistema de beneficio continuado da Previdência Social mas seu cartão ficava com o fazendeiro que sacava a grana e não repassava para o empregado. Os dois trabalhadores só recebiam alimentação e moradia pelos serviços prestados, mas as condições de trabalho e de habitação eram precárias. Eles praticamente não saiam da propriedade porque as saídas eram controladas e os dois viviam sob ameaças de perder o emprego, onde estavam há tanto tempo mas sem consciência da exploração de sofriam.
A fazenda, localizada no município de Nova Esperança, Região Metropolitana de Maringá, vinha sendo monitorada pelo Ministério Público de Trabalho, que também accompanhou a operação de resgate nesta terça-feira. Nenhum dos dois homens tinham folga durante a semana – trabalhavam de domingo a domingo, sem descanso. De acordo com os cálculos da indenização, feitos pelo Ministério do Trabalho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, o fazendeiro terá que pagar R$ 279 mil aos trabalhadores, que já no dia do resgate receberam adiantado para cuidar da sua subsistência fora dali, R$ 20 mil cada um.
Eles foram levados inicialmente para um hotel de Nova Esperança e depois encaminhados para a casa de familiares na região. Os próprios auditores do Ministério do Trabalho emitiram guias de seguro desemprego para os dois homens resgatados. O fazendeiro teve que assinar com o Ministério Público do Trabalho um termo de ajustamento de conduta, pelo qual se compromete a pagar a indenização devida e devolver o dinheiro do benefício que recebia com o cartão do trabalhador. Além disso, deverá ser indiciado por manter os dois empregados sob regime análogo à escravidão.
Redação JP
Foto – Reprodução