Por volta das 3h30 de sábado uma chuva intensa e ventos fortes assustaram os moradores de Maringá. O resultado do temporal foi visto ao amanhecer do dia diante do tamanho estrago em praticamente toda Cidade. Ainda ontem, 213 equipes de serviços, manutenção e obras da Copel continuaram os trabalhos de reconstrução das redes elétricas danificadas. Na manhã de ontem, 14 mil unidades consumidoras continuavam sem luz. Com ventos que chegaram a 79,9 km/h, segundo o Sistema de Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), esse foi considerado um dos piores eventos climáticos da região.
A Copel informou que 72 postes foram quebrados. Ontem houve a troca de 10 postes que foram danificados somente na Avenida Morangueira com a Rua Antônio Bernardes, no Jardim Alvorada III. Os profissionais também enfrentaram uma situação de grande complexidade na avenida 19 de Dezembro, Zona 06, com outras cinco estruturas quebradas. Além disso, 500 servidores e voluntários foram para as ruas em um mutirão para limpeza e remoção de árvores e galhos.
Ontem os trabalhos foram concentrados na Rua Guatemala, Rua Maracaibo, Avenida Guairá, Avenida da Nobrega com a Cerqueira Cezar, Avenida Humaitá e Rua Pioneiro Antônio Bernardes com a Rua Sebastião Paula Silva. Equipes de outras localidades estão no município para auxiliar nas manutenções em centenas de pontos onde há muitas árvores caídas, além de galhos sobre a fiação e cabos rompidos.
A Prefeitura conta também com o auxílio de cerca de 10 empresas que se mobilizaram e cederam caminhões e funcionários para o serviço. Até o momento, foram mais de 200 árvores removidas e as principais avenidas da cidade desobstruídas como: Alexandre Rasgulaeff, Brasil, Centenário, Colombo, Gastão Vidigal, Guaiapó, Herval, Mandacaru, Nildo Ribeiro, Pedro Taques, Rio Branco, São Paulo, Sophia Rasgulaeff, Teixeira Mendes, Tiradentes, Tuiuti, XV de novembro e 19 de dezembro. O Poder Público informou ainda que município está em contato permanente com a Copel para que a energia seja restabelecida nos pontos onde ainda não há luz.
“Participei, na manhã de ontem na sede das secretarias de Limpeza Urbana e Infraestrutura, do início de mais uma etapa no serviço de recuperação. Fiz isso para apoiar e, principalmente, agradecer o trabalho dos servidores e diversos voluntários, que atuam intensamente desde a madrugada do sábado para reparar os danos causados pelo temporal, um dos maiores dos últimos anos. Os serviços continuam de forma ininterrupta e as equipes trabalham intensivamente para o restabelecimento da normalidade no município e garantir a segurança de todos”, destacou o coordenador do Gabinete de Gestão de Crise e secretário municipal de Segurança, Ivan Quartaroli.
Durante o temporal foram mais de 700 chamados para Defesa Civil em toda a Cidade. A Prefeitura registrou serviços em aproximadamente 500 árvores, entre quedas, podas e remoção. Foram distribuídos mais de 9 mil m² de lonas para ajudar famílias que tiveram as casas destelhadas. E a Copel, desde sábado, registrou 116 mil residências sem energia elétrica. O quadro caracterizou alerta máximo.
“Nós temos que dar graças a Deus que temos tantas árvores que, de certa forma, absorvem o impacto do vento. Imagina a Cidade sem árvore com um vento desse? O prejuízo seria ainda maior. Em relação a energia, a gerência local da Copel não tem previsão para reestabelecer a luz, mas trabalha de forma efetiva em todos os locais mapeados. Nos outros serviços estamos contando com a solidariedade, nesse momento importante onde não se tem culpado, é a ação da natureza”, disse o Prefeito Ulisses Maia.
O líder do Executivo ainda explicou sobre indenizações. Falou que em caso de queda de árvore condenada é possível a Prefeitura indenizar, mas é uma ação analisada judicialmente e de forma individual. Salientou que “não estamos sendo omisso. Muitas pessoas pedem para remover árvores sadias e o serviço só pode acontecer com o laudo do engenheiro ambiental atestando que a planta está doente.” É necessário protocolar um requerimento junto a Prefeitura para que, juridicamente, os órgãos técnicos realizem as análises.
HOSPITAIS E ESCOLAS
A Prefeitura emitiu um comunicado informando que o Hospital Municipal e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Zona Norte e Sul continuaram operando normalmente, mas algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) necessitaram suspender temporariamente a vacinação até o restabelecimento de rede elétrica, atendendo os demais serviços que não necessitem de energia ou internet.
As unidades suspensas foram: UBS Zona 6, Tuiuti, Vila Esperança, Parigot de Souza, Mandacaru, Maringá Velho e Paris.
“Várias frentes de trabalho seguem na operação para trazer Maringá de volta a normalidade. Agradeço a todos pela colaboração e compreensão. Importante ressaltar que as aulas continuam nas escolas e centros municipais de educação infantil (Cmeis). Na maioria das unidades de ensino os estragos causados pelo temporal foram pequenos. As equipes da Secretaria Municipal de Educação também conseguiram preservar a merenda escolar, que não foi afetada”, explicou a secretária de Educação, Tania Periotto.
Até o início da noite de domingo, alguns colégios estaduais estavam sem energia: Colégio Aplicação da UEM, Colégio Estadual Branca da Motta Fernandes, Escola Estadual Elvira Balani, CEEBJA Manoel Fernandes, Escola Estadual de Floriano, Colégio Estadual Cívico Militar Vinicius de Moraes, Colégio Estadual Adaile Leite, Colégio Estadual João de Faria Pioli e Colégio Estadual Dirce de Aguiar. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) suspendeu as atividades presenciais no campus ontem e convidou os servidores para um mutirão de limpeza na instituição.
REGIÃO
Na região Noroeste, ao menos 166 postes quebraram com os ventos fortes e a queda de árvores sobre as redes elétricas. Além de Maringá, há ocorrências ainda para atendimento em cidades como Floraí, Jardim Olinda, Esperança Nova e Doutor Camargo. Em Paranavaí, são 267 domicílios sem luz, e 190 em Cianorte. Na região Oeste, o número de clientes sem energia reduziu para 2,7 mil na segunda-feira e as equipes continuam na região.
Victor Cardoso
