O cirurgião plástico Álvaro Martins de Carvalho foi condenado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e recebeu pena de 1 ano e 4 meses, após sessão do tribunal do júri realizado quarta-feira no Fórum de Maringá. A morte da empresária Andrea Beltrame Serconek da Costa ocorreu em 2006, pouco depois dela ser submetida a um procedimento de correção da plástica nos seios que havia feito com o mesmo médico.
O médico foi acionado judicialmente pelo Ministério Público em 2012, depois que o cirurgião plástico foi julgado e punido no Conselho Regional de Medicina . Mas respondeu ao processo em liberdade até o julgamento. Segundo a denúncia, Álvaro Martins assumiu o risco ao realizar o procedimento em uma clínica sem alvará para realização de cirurgias. A promotoria afirma que o local não tinha equipamentos primordiais de primeiros socorros e não contava com equipe especializada para este tipo de atendimento.
O promotor de Justiça Edson Cemensati apontou ainda que o procedimento foi feito sem anestesia e que a clínica não tinha desfibrilador. “O procedimento que ele fez foi impróprio, ele não tinha os materiais necessários para ressuscitação. Na nossa ótica, ele assumiu o risco de causar o resultado”, disse o promotor. Já o advogado do réu , Adriano Bretas , diz que o médico não assumiu nenhum risco , lembrando que o exame de necropsia dá conta de que a causa mortis é indeterminada.
A sentença aplicada contra o médico que aguardou o processo em liberdade e em liberdade cumprirá a pena de 1 anos 4 meses, agradou a defesa mas não decepcionou a família da vítima, que entende que a justiça foi alcançada e que houve responsabilização nas condutas, embora tenha desclassificado o dolo eventual. “Há uma imputação de responsabilidade e isso é bom, tem efeito pedagógico”, ponderou um familiar da empresária que morreu vítima de erro médico.
Redação JP
Foto – GMC