Recebi a seguinte postagem, que comento: ‘O Brasil não precisa que você ame o Bolsonaro. Precisa que você odeie a corrupção.’
Odiar não é o verbo adequado. Melhor seria dizer: ‘que você não seja indiferente à corrupção’. Mas é preciso amar Bolsonaro , e o título pode parecer contraditório, para os que conhecem minhas críticas a atuação do presidente.
Explico: Como aprendiz de cristão, estudei que Jesus Cristo sintetizou a Lei Divina em: Amar a Deus acima de qualquer coisa. Amar ao próximo como a si mesmo. Portanto, o amor é base de tudo.
O contrário de amor seria ódio ou indiferença? ‘Segundo o Pai da Psicanálise, Sigmund Freud é a indiferença. Contudo esse conceito não é totalmente aceito. “Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos.
“Ódio é, de fato, precisamente o contrário de amor, porque o que melhor se opõe a querer alguém muito bem é querer alguém muito mal. Trata-se de sentimentos. Como a indiferença é a ausência de sentimentos por alguém, não pode ser comparada com tipos de algo que ela não é, com tipos de sentimento. Somente se podem comparar elementos de um mesmo conjunto. Dizer que o contrário de amor é indiferença equivale a dizer que o oposto de um elemento de um conjunto é a ausência do conjunto. A cor que melhor se opõe à cor preta é a cor branca, e não o incolor, isto é, a ausência de cores. Na verdade, ser indiferente é o contrário de sentir algo; e ser incolor é o contrário de ser colorido. Assim, o contrário de amor é mesmo ódio, e o senso comum se respalda para este caso’, ( li em artigo de Luiz Carlos Hajjhamzah, no site Corumbaiba Notícias .
Voltando ao título, como aprendiz de cristão, amo Bolsonaro , o Brasil e os brasileiros. Amar é esforçar-se para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana ( ESE).
Amar Bolsonaro não significa aprovar o governo e desejar que seja reeleito. Considero seu governo ‘indiferente’à corrupção, contrariando os discurso de combate e inexistência, tão propalados e que geraram a postagem no começo citada. Amá-lo, pelo amor ao Brasil e aos brasileiros, pode ser trabalhar para ele não continue e possa endividar-se ainda mais perante a lei de Deus, em que ele tanto fala que acredita, mas prega o descumprimento de um dos mandamentos mais fortes, o ‘não matarás, o que leva até pastores, como o ex ministro da educação, a portarem armas até em locais seguros como aeroportos.
Concluo dizendo que não odeio, mas não sou indiferente à corrupção. Mas é preciso admitir que ela existe desde governos anteriores. Procuro fazer a minha parte e é necessário que todos façam para extirpá-la. Em outubro teremos mais uma oportunidade de eliminar um pouco mais de corruptos no congresso e no executivo.
Akino Maringá, colaborador
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