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15ª Regional realizou 26 transplantes até março; principais são de córnea e rim

Doação de órgãos é um ato nobre e que pode salvar vidas. Inclusive, podendo ser a única esperança de vida ou a oportunidade para recomeçar. Na macrorregião de Maringá, a Organização de Procura de Órgãos (OPG), unidade vinculada ao Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) é a responsável por identificar potenciais doadores e viabilizar a doação. No primeiro trimestre deste ano foram realizados 26 transplantes; os principais foram de córneas e rins.

Do total de operações foram 14 transplantes de córneas, sete de rins e cinco de fígado. Os procedimentos foram realizados no Hospital e Maternidade Santa Rita, Hospital Universitário de Maringá (HUM) Provisão Hospital de Olhos, Hoftalmar, Santa Casa de Misericórdia de Maringá e Hospital da Visão do Paraná, que fica em Cianorte.

“Geralmente os transplantes que mais acontecem são os de córneas e o de rim. O de córnea porque, para doar, o doador não precisa estar em morte encefálica, o doador teve o coração parado por meio de acidente ou infarto, por exemplo. Enquanto para doar órgãos, salvo a doação intervivo, feita em vida, o paciente precisa ter o diagnóstico de morte encefálica e esse evento ocorre com menos frequência. No primeiro trimestre deste ano foram 207 transplantes de córneas no Paraná, diminuiu o número por conta da pandemia. A crise sanitária prejudicou o número de procedimentos de transplantes no Estado e no País”, informou Gislaine Fusco Duarte, enfermeira da OPO.

Sobre o transplante renal, Gislaine contou que foram 95 operações no primeiro trimestre no Paraná, sendo 89 de doador falecido e três de doador vivo. Segundo ela, o transplante de rim acontece mais que o de fígado porque a doação é dupla, um doador realiza duas doações caso tenha qualidade; sem contar que o rim é um órgão que conta com maior equipe realizando o procedimento. É um órgão menos sensível também que outros; atualmente são mais doadores de rim do que de fígado.

“A organização é composta por enfermeiros, psicólogos e auxiliares administrativos. Nós gerenciamos as estratégias para favorecer e facilitar o processo da doação, mantendo a qualidade do processo. Outro objetivo é gerenciar o diagnóstico de morte encefálica. Todos somos servidores públicos, então também temos a missão de acompanhar a verificação dos óbitos para garantir que seja feita dentro dos estritos parâmetros éticos e legais, ou seja, o que a legislação brasileira pede. Acompanhamos, dentro dos hospitais, para garantir segurança nas regiões de Campo Mourão, Umuarama, Cianorte, Paranavaí, Sarandi e Maringá”, explicou a enfermeira.

Cada hospital notificante tem uma equipe de profissionais capacitados para acolher as famílias e favorecer a doação. A organização supervisiona todos os servidores e se o direito da doação está chegando até os familiares. Além de verificar se todo procedimento acontece no menor tempo possível. Segundo Gislaine diminuiu a recusa familiar, os números são parecidos com países desenvolvidos. A macrorregião de Maringá tem os indicadores mais satisfatórios do Estado como os maiores doadores advindo de morte encefálica de todo o Paraná.

Em 2021 Maringá teve 124,80 notificações Por Milhão de População (PMP) e foram 49,2 doações PMP. No mesmo período Londrina teve 129,87 notificações e 32,4 doações; Curitiba registrou 95,19 notificações e 33 doações. Em Cianorte foram 109,94 notificações e 36 doações PMP. Já de janeiro a março deste ano, Maringá teve 112,11 notificações PMP e 55 doações, enquanto Londrina registrou 113,87 notificações, mas realizou 40 doações; número menor que em Maringá. Já em Curitiba foram 79,32 notificações e 32,4 doações, ficando à frente somente de Cascavel que fez 32,1 doações. Em Cianorte foram 99,71 notificações e 37,4 doações PMP.

“Para ser um doador de órgãos é preciso informar a família. Porque são os familiares os consultados após a morte e se tornam responsáveis em tomar a decisão. O que favorece também é a ampla discussão sobre o assunto, falar com bastante transparência para esclarecer o máximo possível a sociedade e diminuindo as dúvidas. Outra ação muito importante foi o treinamento e capacitação das equipes para acolher as famílias e ajudando os entes em um momento difícil que pode se tornar transformador”, concluiu a enfermeira Gislaine Duarte.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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