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O que fazer quando só chegam notícias ruins?

Você já experimentou uma fase que só recebe notícias ruins? Será que você está vivendo este momento: parece que tudo está dando errado? Já se perguntou “como viver quando só chegam notícias ruins?”

Há momentos na vida em que tudo parece dar errado. Não significa necessariamente que tudo está necessariamente ruindo… Algumas coisas podem estar de pé, mas a sensação é que a vida vai “ladeira abaixo”. Conforme a ciência já identificou, nosso cérebro amplifica tudo o que é negativo. Por isso, para cada notícia ruim, precisamos de três notícias boas. E em tempos difíceis, ninguém consegue encontrar tantas coisas boas acontecendo para compensar as coisas ruins.

E, sejamos francos, quando a fase é ruim é ruim mesmo. Não é exagero. Ao olhar para os lados, vemos tudo desmoronando. Parece que as coisas estão desandando… Você tem dois carros: um quebra, o outro sofre um batida mesmo estacionado… Uma chuva forte vem e parte do telhado vai embora… O cachorro morre… No trabalho, o salário atrasa… Nada está bom.
Às vezes, o quadro é ainda pior – envolve inclusive o relacionamento.
Já passou por isso?

Dia atrás, conversava com alguém que está justamente nessa “fase escura”. Havia saído de um relacionamento em que tinha apostado tudo. Fez o que estava ao seu alcance para dar certo. Entretanto, por essas coisas que a gente não entende, o namoro acabou. Pior, semanas depois, descobriu que a pessoa já estava procurando uma casa para alugar a fim de morar com outro.

Talvez por ter se dedicado mais ao relacionamento do que ao trabalho, os resultados de desempenho do último ano foram os piores já conquistados. Queda de produtividade acima de 30%. O emprego, ao que parece, ainda está garantido. Contudo, é uma das poucas pessoas da equipe que apresentaram indicadores negativos e, por isso, o clima não é dos melhores na empresa.
A saúde também não vai bem. As dores no corpo injustificadas e a constante insônia indicam a necessidade de procurar um médico. A pressão arterial está elevada e o funcionamento do aparelho digestivo anda irregular.
Volto a perguntar: já passou por isso?

O seu quadro atual talvez não seja tão desastroso. Ainda assim, imagino que você sabe o que é se sentir assim.
E aí… Como viver quando só chegam notícias ruins?
Não há fórmula. Como sempre brinco, não tem receita de bolo. Não dá para dizer “faz isso” ou “faz aquilo”. Entretanto, é possível encontrar motivos para seguir em frente.

Quem viveu momentos ruins sabe que vai passar. Mas, quem está no “olho do furacão” tem a impressão que a próxima notícia será ainda pior. E talvez seja. O que está ruim pode ficar pior. Desculpem-me, mas não dá para enganar. Pode sim. O que é ruim sempre pode piorar.
No entanto, há duas formas de encarar um quadro tão desesperador: deixar-se afundar ou reagir. O mais comum é sucumbir aos problemas. Lamentar, chorar e achar que certas coisas só acontecem com você. Sofrer e sentir-se a pior pessoa do mundo.

Reagir é mais difícil. Reagir é o caminho da superação. A gente pode sofrer, lamentar, chorar e até se sentir um “patinho feio”, mas tem que acreditar. Acreditar que passa. Acreditar que não acontece só com você. E que a cada instante por vir é uma nova oportunidade.
Tem que respirar, pedir a orientação de Deus para não fazer bobagem. Nos momentos difíceis, tomar decisões é sempre arriscado. As dificuldades impedem o raciocínio. Por isso, reagir, primeiro, é acalmar-se e colocar nas mãos de Deus. Depois, levantar a cabeça e começar a resolver os problemas – um por vez.

Pode vir outra derrota? Sim. Porém, há chance de ser diferente. Sofrimento ensina. Ensina, inclusive, a corrigir o que estamos fazendo de errado. Afinal, alguns problemas podem ter sido causados por falhas que cometemos.
Lembre-se, para quem experimenta a vida em sua plenitude, o sofrimento é um degrau para se tornar melhor, para crescer. E quem tem esperança, luta. Ao lutar, cria resistência, mostra disposição, ganha a simpatia das pessoas próximas (porque ninguém tolera por muito tempo quem vive se lamentando) e constrói alternativas para voltar a sorrir.

Ronaldo Nezo
Jornalista e Professor
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras
Doutor em Educação

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