Início Destaques do Dia Poços de infiltração serão instalados no entorno do Parque do Ingá

Poços de infiltração serão instalados no entorno do Parque do Ingá

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá (UEM) apresentaram o relatório sobre o Manejo de Águas Pluviais do Parque do Ingá. O documento foi elaborado em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Fadec), contratada para identificar quais medidas estruturais podem ser adicionadas aos sistemas de drenagem atual na região. Objetivo é promover infiltração da água da chuva e o retorno hídrico no Lago do Ingá.

O trabalho de prestação de serviços, que tem sete atividades de estudo e pesquisas, iniciou em 20 de outubro do ano passado e deve ser concluído até o dia 20 de setembro 2022. O próximo passo é visto como um dos mais importantes porque vai para a prática de ações. Será a construção de dois poços de infiltração para validar a solução modelada e, após validada, “a proposta é de que possa ser construído, no local e entorno, de 50 a 70 poços de infiltrações para melhorar a questão de drenagem e evitar alagamentos no entorno do Parque do Ingá

“Importante reforçar que a execução de projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no Parque do Ingá foi estabelecida de acordo com o Parecer Técnico (959/2021), da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá (SEMA). Basicamente são três etapas. A primeira foi o diagnóstico da drenagem urbana e estudo da água subsuperficial que alimenta nascentes; foi constatada a necessidade de poços de filtração que simulariam o ambiente anterior da urbanização. A função é pegar água da chuva e filtrar no solo como acontecia antes da chegada da cidade”, explicou a coordenadora geral do projeto Cristhiane Okawa.

Ela informou ainda que na segunda etapa foi feito o dimensionamento do desvio da água e de que forma realizar isso para que chegue até o lago. Segundo ela os poços que já existem ao redor foram estudados para avaliar a interferência no processo. Os pesquisadores dizem que a solução dos poços de filtração é mais barata que aumentar o diâmetro da tubulação. Os poços serão instalados nas Zonas 01, 02 e 03 geralmente perto dos bueiros.

De acordo com Juliane kerkhoff, diretora do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), os dois primeiros poços vão custar em torno de R$ 20 mil. Nesse momento o trâmite está em fase burocrática com a procuradoria do município para viabilizar a verba. Explicou que todas as recomendações serão seguidas para que haja o cumprimento de um plano ambientalmente correto em uma solução de médio e longo prazo. Salientou que “um dos objetivos é modelar a rede de drenagem atual para identificar sobrecarga no sistema. Pretendemos definir quais medidas estruturais podem ser adicionadas aos sistemas de drenagem atual para promover infiltração da água da chuva, favorecendo o retorno do equilíbrio hídrico usando, preferencialmente, soluções baseadas na natureza”.

O professor do Departamento de Engenharia Civil da UEM, Sandro Rogério Lautenschlager, que também é um dos coordenadores de atividades, informou que haverá uma avaliação do ciclo da água no meio urbano. Serão coletadas amostras para identificar a qualidade, modelar e calcular um canal adequado para abastecimento.

Além da Dra. Cristhiane e do professor Sandro Lautenschlager, fazem parte do projeto a coordenadora de atividades Dra. Juliana Azoia Luchiantchuki (UEM); e na equipe do projeto estão: Lucas Gabriel de Souza Bairros (UEM, graduando em Engenharia Civil); Gabriel Perina Gongora (UEM, graduando em Engenharia Civil); Cassiano Sampaio Descovi (Unicap, doutorando PPG Recursos Hídricos); Mariana Borges Albuquerque (UFPR, mestranda PPGREHA) e Marcio Takashi Uyeno (mestrando Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana, PEU/UEM).

PISTA EMBORRACHADA

Na manhã de ontem, quem passou pelo entorno do Parque do Ingá percebeu que a pista que foi arrastada com a chuva e estava sobre outra parte da calçada foi retirada do local. Com a força das águas, no dia 22 de fevereiro deste ano, um bloco da pista emborrachada cedeu e foi levado pelo alagamento na área, chegando na esquina com a Avenida Laguna. A ação faz parte da etapa de recuperação do local que vai além da pista, mas tratar da drenagem urbana.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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