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Democracias incompletas

As democracias americana e brasileiras são, a meu ver, incompletas e  no tocante  à escolha e nomeações de juízes para a suas supremas cortes, onde atuarão, muitas vezes por longos períodos, sem a oxigenação de ideias que ocorreria caso fosse estabelecido um mandato, de 10 anos por exemplo, e  selecionados dentre os membros de carreira, com scores estabelecidos de pontuação, mérito, sem interferência política, nem do senado, talvez por eleições.
           
Em ambos os casos, a indicação pelos presidentes da república, de juristas que geralmente não juízes de carreira, acaba gerando uma tendência  de vinculação  ao perfil de quem indica, e no Brasil é mais grave, pois o indicado pode julgar até processos criminais contra quem o indicou.

Nos EUA, onde o ex presidente escolheu três juízes, teria tornado a corte mais conversadora, segundo analistas observam, nas  recentes decisões sobre liberação de armas e  proibição de aborto, que vigorava há 50 anos.
        
A propósito de aborto, vejamos um texto, com o título, ‘Aborto não realizado’, para que possamos refletir um pouco mais sobre o tema, que é polêmico, também no Brasil:

‘A gravidez veio na hora indesejada, errada e ainda trazia riscos de várias ordens.A saúde debilitada, problemas familiares, o desemprego, lembrava-se Laura.

Seu primeiro impulso foi o aborto, buscou uma dessas pessoas que arrancam, ainda no ventre, o chamado problema das mães que não desejam levar adiante a gestação. Naquele dia, a parteira havia adoecido e faltara.

Laura voltou para casa preocupada e à noite, teve dificuldades para dormir, mas foi vencida pelo sono e sonhou. No sonho, viu um belo jovem pedindo-lhe algo que, na manhã seguinte não soube definir.

Durante todo o dia não conseguiu tirar aquela imagem da mente, e  esqueceu a gravidez. Na noite seguinte voltou a sonhar com o mesmo jovem, só que acordou com a agradável sensação de tão doce quanto agradável Obrigado.Era como se ainda visse seus lábios pronunciando palavras de agradecimento, enquanto de seu coração irradiava uma paz indefinível. Desistiu do aborto. Enfrentou tudo, superou todos os riscos e saiu vitoriosa.

Passados vinte e três anos do episódio, ouvia emocionada seu belo e jovem filho pronunciar, do púlpito da solenidade de sua formatura:Agradeço sobretudo à minha mãe, que me alimentou o corpo e o Espírito, dando-me não só comida, mas carinho, companhia, amor e, principalmente, vida. E, olhando-a nos olhos, o filho pronunciou, num tom inconfundível:Obrigado! Ela não teve dúvidas. Foi o mesmo obrigado, doce e agradável de um sonho, há vinte e três anos.

A mulher que nega o ventre ao filho que Deus lhe confia, nega a si mesma a oportunidade de ouvir a cantiga alegre da criança indefesa a rogar-lhe carinho e proteção. Perde a oportunidade de dar à luz um Espírito sedento de evolução, rogando-lhe uma chance de reencarnar, para juntos superarem dificuldades e estreitarem laços de amizade e afeto.

Se você, mulher, está passando pela mesma situação de Laura, mire-se no seu exemplo e permita-se ser mãe. Permita-se sentir, daqui alguns meses, o agradecimento no olhar do pequenino que lhe roga o calor do colo e uma chance de viver.Conceda-se a alegria de, daqui alguns anos, ornamentar o pescoço com a joia mais valiosa da face da Terra: os bracinhos frágeis da criança, num abraço carinhoso a lhe dizer:Obrigado, mamãe, por ter me permitido nascer e crescer, e fazer parte desse Mundo negado a tantos filhos de Deus.’

Que este texto, da Redação do Momento Espírita, sirva para que façamos uma reflexão, à luz da filosofia espírita: Todos nós  precisaremos renascer um dia.  E se o aborto nos atingir? 

Respeitemos as leis e as exceções, em que o aborto é permitido pelas leis humanas, como no caso da menina de Santa Catarina. Evitemos as mortes de fetos e já nascidos, que podem acontecer com liberação indiscriminada de armas.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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