Início Policial Mulher é intimada a depor três meses após sua morte 

Mulher é intimada a depor três meses após sua morte 

Manuela estava grávida e foi vítima de acidente de trânsito

O casal passava por uma rua do Boqueirão, em Curitiba, quando um carro invadiu a preferencial e bateu forte no veículo em que estava Manoela.

Nem André Breton, o pai do surrealismo, imaginaria essa situação.  Três meses após a sua morte, Manuela Queiroz Vicenti, de 19 anos, foi intimada a comparecer na delegacia para depor em a favor do homem que provocou o acidente que a matou. A intimação para que a vítima comparecesse na delegacia foi recebida com total perplexidade pela família. O marido de Manuela, Carlos Daniel Rucinski, diz que não acreditou quando recebeu a intimação em casa. “Foi levada até o nosso endereço uma intimação no nome dela para depor sobre essa ocorrência que o Samuel fez de testemunha sobre uma agressão que ele diz que foi feita contra ele na hora do acidente. A delegacia falou que não tinha conhecimento que a Manuela tinha falecido”, relata Carlos. 

Samuel a que Carlos  se refere é Samuel Alisson Soares Barbosa que teria furado a preferencial em alta velocidade e atingido o carro em que ele estava com a esposa, grávida de seis meses. Manoela ficou gravemente ferida, foi internada no Hospital do Trabalhador e morreu quatro dias depois. A investigação trata o caso como crime de homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar.  “Esperávamos ansiosos pela chegada do nosso filho”, disse chorando e em tom de desabafo à Rádio Banda B, o viúvo Carlos Daniel Rucinski.

Na hora do acidente o motorista se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi preso em flagrante, por suspeita de embriaguez e desacato à autoridade. Mas foi liberado pela Justiça e responde ao processo em liberdade. Depois de solto, Samuel registrou um boletim de ocorrência em que alega ter sido agredido pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. 

Para Carlos, o motorista está desviando totalmente o foco da denúncia contra ele. Isso agrava e aumenta a sua perplexidade , após receber a intimação para sua esposa morta ir à delegacia depor em favor do homem que a matou. “Mas eu acredito na Justiça, ele ainda vai pagar pelo que fez”, diz Carlos Daniel. Quanto ao envio da intimação inoportuna, a Polícia Civil do Paraná esclareceu que houve um erro de digitação e que já está tudo esclarecido. 

Redação JP
Foto – Banda B

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