O Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), apresentado no último sábado em Maringá, tem como objetivo melhorar a vida da população com readequação da paisagem urbana, reduzindo o tráfego de automóveis, desenvolvendo o transporte público, estimulando a locomoção a pé ou com bicicleta, entre outras iniciativas. Algumas iniciativas e mudanças propostas no documento devem ser tomadas imediatamente, como a proibição da conversão à esquerda em algumas vias importantes.
“O plano indica essa proibição para melhorar a fluidez no trânsito em alguns pontos da área central. O plano aponta que isso aconteça, por exemplo, na Pedro Taques e Mandacaru. Onde retornos sejam fechados para ajudar os ciclistas a transitarem pela ciclovia sem interferência dos automóveis. Isso será feito gradativamente porque temos também a reforma das ciclovias em projeto. Nos cruzamentos serão a mesma coisa, já proibimos recentemente na Horácio Racanello com a Piratininga e isso melhorou bastante a condição de segurança no local. O próximo cruzamento que deve passar por modificações é na Bento Munhoz com a Pedro Taques, engenheiros estão trabalhando para colocar em prática mudanças que beneficiem a população”, disse Gilberto Pupur, diretor da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).
Ele continuou dizendo que, quando se permite a conversão à esquerda em avenida com outra avenida, cruzamento com quatro aproximações, essa conversão é problemática. Ressaltou que é necessário parar o contrafluxo e a solução seria mais uma fase semafórica dando um tempo mínimo de verde e um imenso de vermelho. É uma técnica adotada, mas o ideal é a proibição dessa conversão para começar a melhorar a situação no local.
“Só para ter ideia de como essa é uma tendência mundial, nos viadutos do Contorno Norte, conforme determinação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), os veículos não vão poder virar à esquerda. Foi uma condição para a obra, com o objetivo de não ter cruzamentos perigosos para carros, motos, bicicletas e quem estiver a pé. Haverá uma pré-sinalização, mas os motoristas devem saber que para realizarem a conversão à direita, de forma corretamente, terão de percorrer um trecho maior”, explicou Pupur.
Na lista de ações do PlanMob ainda estão melhoria na acessibilidade, regulagem de semáforos, proibição de conversões em alguns pontos específico, assim como verticalizar eixos que tem ciclovias e recebam grande fluxo do transporte público. Algumas avenidas de Maringá permitem no máximo prédio de quatro pavimentos e ficam eixos sem ocupação necessária. O PlanMobi veio para traçar uma meta para continuar implementando, diariamente, melhorias na mobilidade urbana. O documento final será encaminhado para votação na Câmara Municipal.
Durante os últimos 40 dias, as equipes trabalharam no Plano de Ação Imediata (PAIT), Caderno de Bicicletas, Projeto de Lei, Caderno Síntese e Conferência Municipal de Mobilidade. O relatório final tem 122 páginas com o resultado das pesquisas de campo, da participação popular nas audiências e do trabalho dos
técnicos nas oficinas.
O documento aponta os projetos, valores e formas de captação de recursos para serem executados até 2033. Ao todo são 28 programas com 153 ações e investimento de R$ 1,4 bilhão em curto, médio e longo prazos. O PlanMob começou a ser elaborado em 2020 pela empresa Cidade Viva, de Belo Horizonte (MG), vencedora da licitação. De acordo com a Semob, o texto atende às recomendações da Constituição e da Lei Federal 12.587/2012 da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução