Vieram uns anjos, levaram Toninho e o colocaram sorrindo no colo de Deus. Maringá acordou chorando de saudade na terça-feira, 12 de julho. Despedia-se de nós uma das pessoas mais queridas com as quais tivemos o privilégio de conviver.
Conheci-o bem mocinho, quando ele era ainda seminarista. Acostumei-me a chamá-lo de Toninho, acho que por um motivo simples: ele tinha jeito de Toninho, depois conhecido como Padre Almeida. Nos momentos solenes, Monsenhor Antônio de Pádua Almeida.
Nasceu paulista em Caconde (1942). Desde menino sentiu forte vocação para o sacerdócio. Veio para Maringá a convite de Dom Jaime Luiz Coelho, que o encaminhou para o seminário em Curitiba. Em 1966 tive a alegria de estar presente na cerimônia em que ele foi ordenado por Dom Jaime, na antiga catedral de madeira, ao lado do seu inseparável colega-amigo-irmão Ori (Monsenhor Orivaldo Robles).
Toninho e Ori ficaram logo conhecidos como “os padres jovens da arquidiocese”, liderando um notável trabalho de animação apostólica junto a uma valorosa geração que marcou época na história da Igreja local. Centenas de rapazes e moças passaram pelos encontros de formação promovidos pelos dois durante vários anos.
Orivaldo foi para a Casa do Pai em 2019. Almeida foi agora. Lá em cima devem feito uma bela festa pelo reencontro.
Toninho foi uma das pessoas mais preparadas e inteligentes que conheci. Além do seminário, fez vários cursos de especialização no exterior e era um estudioso incansável. Com a sua fala serena, conseguia explicar questões complicadas com extraordinária clareza. Suas homilias valiam sempre como verdadeiras aulas.
Num verão dos anos 1970 ele passou uma semana com a nossa família em Balneário Camboriú. Naqueles dias conversamos bastante – uma conversa inesquecível. Para mim, foi como um precioso minicurso de cristianismo. Aprendi também muito com ele e com o bom Ori nas diversas vezes em que estivemos juntos nos Cursilhos e em outros serviços de Igreja. Deixaram uma saudade enorme.
Para a arquidiocese o Padre Almeida foi um sacerdote extremamente importante. Não só como titular de diversas paróquias, mas também como primeiro coordenador da Pastoral Arquidiocesana e responsável por numerosas outras atividades eclesiais.
Deus o escalou para ser padre em Maringá num momento em que a geração pioneira estava ainda fincando os alicerces da cidade. Coube-lhe, ao lado dos nossos primeiros sacerdotes, religiosos, religiosas e outros agentes pastorais, ajudar Dom Jaime a lançar aqui as primeiras sementes da fé.
Muito obrigado, Toninho. Dê aí no céu um forte abraço no nosso querido Ori.
A. A. de Assis
Foto – Reprodução