O comando da Polícia Militar ouviu áudio do soldado dizendo a um cunhado que tinha matado a esposa e suspeita que ele planejou a chacina e o suicídio.
Em avaliação preliminar o comando da Polícia Militar concluiu que o policial estaria perturbado com dívida de jogo de azar e a possibilidade da esposa pedir a separação. O Soldado Fabiano Junior Garcia era lotado no 19º. Batalhão de Toledo e antes do assassinato em série, ocorrido em Toledo e Céu Azul, havia cumprido plantão até 19h de quinta-feira. O policial matou três filhos, a esposa, a própria mãe, um irmão e um homem que estava na rua ontem de madrugada. Levantamento do passo-a-passo da tragédia revela que o homem matou a mulher e um filho em Toledo e depois foi até Céu Azul, a 65 quilômetros, e lá executou outros dois filhos que moravam com a avó materna. Aí retornou a Toledo e tirou a vida da própria mãe e de um irmão. A mãe ele matou a facadas e o irmão, de 50 anos, a tiro. Ainda em Toledo, o policial militar assassinou dois pedestres, escolhidos aleatoriamente, segundo a PM. Um jovem de 17 anos foi morto na Rua Getúlio Vargas, na Vila Boa Esperança, enquanto que Luiz Carlos Becker, de 19 anos, foi assassinado na Rua Paraíba, na Vila Paulista.
De acordo com levantamento da Polícia, Fabiano ligou às 23h de quinta-feira para o cunhado, dizendo que tinha matado a esposa Kassiele Moreira, de 30 anos e a filha de 12 anos, do seu primeiro casamento. A PM foi acionada, mas quando chegou na casa, madrasta e filha estavam mortas. Os policiais fizeram ronda por toda a cidade, mas àquela altura o soldado estava a caminho de Céu Azul para continuar matando.
O Comandante Geral da Polícia Militar do Paraná, Coronel Hudson Leôncio Teixeira, relatou que o soldado Fabiano gravou áudios aos familiares e amigos explicando a situação. “Deu a entender que a motivação foi ele não aceitar a separação e algumas dívidas que ele tinha, contraídas em jogos de azar”, disse o comandante, informando ainda que o soldado havia planejamento a chacina, provavelmente perturbado com a dívida de jogo de azar e a possibilidade da mulher dele colocar um fim no casamento.
Em nota, a Polícia Militar lamentou o ocorrido e informou desconhecer que o policial tivesse problemas psíquicos, ressaltando que “ o 19º. BPM disponibiliza atendimento psicológico para seus integrantes. “A Polícia Militar está consternada e lamenta profundamente o ocorrido nas cidades de Toledo-PR e Céu Azul-PR. O policial militar que prestava serviços no 19º Batalhão em Toledo não tinha histórico de problemas psicológicos e atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade.
Desde dezembro de 2020 a região conta com o apoio do programa PRUMOS, que disponibiliza atendimento psicológico aos militares, com profissionais contratados para atuar nas Organizações Policiais Militares”, diz a nota.
Redação JP
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