O contrabando de gado argentino para o Brasil deixa os pecuaristas em polvorosa, por causa da falta de controle contra a febre aftosa no país vizinho.
Forças de segurança do Brasil estão monitorando o transporte ilegal de gado da Argentina para o Brasil, pela região das Três Fronteiras. Além da questão policial, devido à entrada clandestina de reses do país vizinho, o risco maior é sanitário. O Paraná é área livre da febre aftosa, mas com a entrada do gado argentino em território paranaense, o risco da pecuária paranaense voltar a viver este drama é muito grande. A Argentina não vacina o seu rebanho e é aí que mora o perigo. O transporte clandestino de gado para o lado paranaense vem ocorrendo em larga escala. Recentemente dois caminhões carregados com rebanho daquele país entraram no Paraná e foram flagrados em Santo Antônio do Sudoeste, região de fronteira seca.
Durante a abordagem, os motoristas não apresentaram a guia de transporte animal, documento obrigatório para comprovar a procedência do gado. Ao todo, seriam desembarcadas 39 reses. A polícia prendeu os caminhoneiros e o gado foi abatido e teve a carne descartada, segundo informações do fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) , Ayrton Cavalheiro. “O risco sanitário é grande. E uma vez reinstalada a febre aftosa no Paraná, os frigoríficos teriam muita dificuldade de manter o nível atual de comercialização da carne bovina do nosso país no mercado internacional”, observa Cavalheiro.
De acordo com avaliação da Receita Federal, quase seis mil cabeças de gado argentino pode ter entrado no Brasil, através do Paraná, nos últimos dois anos. O rebanho argentino se torna mais atrativo aos frigoríficos devido a desvalorização da moeda do país vizinho. Ontem o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, disse em Maringá que também está preocupado mas o governo monitora a situação e toma todas as providências para evitar problemas com o rebanho bovino do Estado.
Redação
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