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Superstição

O mês de agosto é considerado mês de ‘azar’, o que leva muitos até evitarem casar-se, especialmente no dia 13, e se cair numa sexta-feira, nem pensar.

Isto é superstição e alguns tratam o espiritismo, por exemplo, como uma doutrina supersticiosa , o que não é verdade. Segundo os dicionários, superstição é uma crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas. A doutrina espírita está longe disso.

Por mais absurda que seja uma idéia supersticiosa, quase sempre repousa sobre um fato real, mas desnaturado pela ignorância, exagerada ou falsamente interpretada. Seria erro supor que vulgarizar o conhecimento das manifestações espíritas seria propagar superstições. De duas uma: ou os fenômenos são uma quimera, ou são reais. No primeiro caso haveria razão para combatê-la , mas se eles existem, como o demonstra a experiência, nada os impede de se repetirem. Como seria pueril atacar fatos positivos, o que deve ser combatido não são os fatos, mas a falsa interpretação que lhes pode dar a ignorância. Sem dúvida nos séculos passados foram eles a fonte de uma porção de superstições, como todos os fenômenos naturais cuja causa era desconhecida. Pouco a pouco o progresso das ciências positivas faz que umas desapareçam, enquanto que, melhor conhecida, a ciência espírita fará desaparecer as outras.

Apoiam-se os adversários do espiritismo no perigo que tais fenômenos apresentam para a razão. Todas as causas que podem excitar as imaginações fracas podem produzir a loucura. O que, antes de mais nada, é preciso é curar o mal do medo.

Ora, o meio de o conseguir não é exagerar o perigo, fazendo crer que todas as manifestações sejam obra do diabo. Nisto há muita coisa para perturbar o cérebro. Dar prestígio a esse medo é propagar o mal do medo, em vez de o curar. É um verdadeiro perigo. pois aí está a superstição e por superstição podemos, ainda considerar o seguinte:

Imagine um gato preto, uma coruja no telhado, uma escada na calçada em seu caminho. Ou mesmo um galhinho de arruda atrás da orelha. Lembre-se ainda do levantar com o pé esquerdo, de entrar e sair de qualquer habitação pela mesma porta, ou do
bater três vezes na madeira. Se quisermos avançar um pouco mais, ainda nos lembraremos da roupa branca na noite que altera o ano no calendário. Será possível ainda recordar a consulta diária ao horóscopo, o evitar ingerir certos líquidos ou alimentos em
determinados dias do ano, e mesmo a vassoura atrás da porta ou a comigo ninguém pode. Paremos por aqui.

Ora, convenhamos, são os pensamentos, a intenção e a vontade que atraem situações provocadoras de aflições ou sofrimentos. Pensando no mal, alimentando inveja e ciúme, rancor ou sentimento de vingança, atraímos exatamente essas ondas mentais que conviverão conosco e naturalmente facilitarão ocorrências desagradáveis. O inverso também é real, ou seja, pensando no bem atrairemos o bem.
Gestos, roupas especiais, objetos materiais, acessórios místicos, atitudes impostas por padrões que escapam ao exame do raciocínio e da lógica, nenhuma influência possuem para nos proteger ou mudar o rumo dos acontecimentos. Estes são sim alterados pela nossa decisão e opção mental. Se achamos que o chamado “mal feito” vai nos atingir, estaremos entregues à prisão mental que nós mesmos criamos.

Já é hora de nos libertarmos de tais bobagens. Aprendamos a viver livres de superstições, tomando posse de nossa herança de filhos de Deus que devem buscar continuamente o próprio aperfeiçoamento, ao invés de nos prendermos a idéias impostas para criar
medo e dependência. Esses condicionamentos só existem na mente de quem os aceita.

E cada um de nós tem o dever de construir a sua e a felicidade alheia. Afinal, vivemos para que? Satisfação egoística, medos condicionados ou felicidade construída dia-a-dia?
Assim, concluímos que agosto é um mês como os outros onze.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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