Ameaças de massacre em escolas tem se tornado comum nos últimos meses, situação que assusta educadores, alunos e pais ou responsáveis. Geralmente são mensagens rabiscadas nas paredes de colégios públicos e privados ou postadas em redes sociais. Mesmo que, até o momento, nenhuma se concretizou é necessário olhar com atenção para o assunto. Na manhã de ontem, a coordenação do Colégio Marista, em Maringá, divulgou uma nota tranquilizando pais sobre um recado escrito em um dos banheiros da instituição de ensino.
No banheiro estava escrito “Masacre” ao invés de “Massacre” e a data para acontecer seria nesta sexta-feira, dia dois de setembro. Por meio de um grupo de mensagens, os pais já estavam se movimentando e todos mostravam preocupação com a ameaça. Com isso o colégio explicou que preza pela segurança e bem-estar de todos os alunos, famílias e colaboradores atuando com projetos, ações e iniciativas para que todos se sintam contemplados.
“São várias frentes de atuação, como controle da entrada de pessoas, circuito interno de câmeras e simulações de incêndio e evacuação da instituição, como realizado nessa semana e que atende às orientações do corpo de bombeiros e leis vigentes. Pedimos calma e sensatez à comunidade no compartilhamento de informações em aplicativos de conversa e reforçamos que estamos atentos a qualquer movimentação fora do comum na nossa comunidade. As equipes pedagógica e educacional do colégio estão à disposição para quaisquer dúvidas ou orientações necessárias”, conclui o comunicado oficial.
Em junho, um recado foi deixado no banheiro masculino do Colégio Estadual Gastão Vidigal e virou caso de polícia. Na parede branca foi escrito: “Massacre dia 01/06/22, se preparem, ass: Meliante”. Policias foram acionados pela direção e estiveram no local para monitorar o caso. Houve revistas, mas nada foi encontrado para identificar o autor. Na época a diretora Valéria Garcia disse que o recado causou medo em pais e alunos, que tinham visto a divulgação da mensagem na noite anterior.
No mês de abril um caso foi registrado em Sarandi. Um recado escrito à caneta em uma das portas do banheiro feminino de um colégio estadual, no Parque Alvamar, também causou preocupação. A mensagem dizia “massacre 05/04”. A direção do colégio, em resposta à imprensa, disse que tudo apontou para uma brincadeira do Dia da Mentira, já que foi escrita no dia primeiro de abril. A instituição tomou às precauções junto à Polícia Militar.
As causas de um ato violento são complexas e variadas. Conforme pesquisa do Instituto Península, com escolas públicas e privadas, em junho, mais de 70% dos professores brasileiros relatam “dificuldades de relacionamento” das crianças e adolescentes. Psicólogos alertam para essas situações que, muitas vezes, são justificadas como brincadeiras.
“Quando temos uma coisa dessa no muro, na parede, em algum lugar da escola, não podemos cruzar os braços. É importante incrementar a segurança e também prestar treinamento aos professores e escolares sobre como lidar com atentados, indicando saídas de emergência e rotas de fuga, por exemplo”, explicou Luis Picazio Neto, psicólogo especializado em tragédias.
Victor Cardoso
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