Início Colunistas A longa escola da vida

A longa escola da vida

A dupla Milionário e Zé Rico gravou, em 1977,  Estrada da Vida, letra de Zé Rico, que reproduzimos (trechos),  para uma reflexão sobre a vida e as existências:

 ‘Nesta longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar. Na esperança  de ser campeão, alcançado o primeiro lugar.  Mas o tempo cercou minha estrada, e  o cansaço me dominou, minhas vistas se escureceram o final da corrida chegou.

Este é o exemplo da vida, para quem  não quer compreender, nós devemos ser o que somos, ter aquilo que bem merecer.
Mas o tempo cercou minha estrada, e o cansaço me dominou, minhas vistas se escureceram e o final desta vida chegou’.

Zé Rico viveu desde os dois anos de idade em Terra Rica-PR, e na  juventude foi para São Paulo, trabalhar na construção civil,  até o sucesso artístico, que foi efetivo  a partir da música, acima citada.

 O final da vida do  corpo físico, que lhe serviu de veículo de manifestação de 1946 a 2015, ocorreu em 03/03/2015 quando, como previa na letra da música,   suas vistas se escureceram  e …

Morreu Zé Rico, foi uma das manchetes da triste notícia para os fãs. Se não alcançou o primeiro lugar no ‘campeonato do sucesso’ da música sertaneja, esteve no seleto grupo dos que mais ganharam dinheiro e talvez devesse ter parado antes, para cuidar da saúde.

   O final da vida chegou para Zé Rico? Não, chegou o  de uma existência de menos de 69 anos, num corpo físico. Todos somos imortais, nossas vidas não têm fim, como nos eclarece a questão 153 do Livro do Espíritos: Em que sentido se deve entender a vida eterna? “A vida do espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida eterna”.

Dentre os princípios da Doutrina Espírita, destacamos dois: a imortalidade da alma e a pluralidade das existências. A alma que esteve Zé Rico por 69 anos , agora está em outra existência no Mundo Espiritual, se preparando para a volta à Terra ou outro Planeta, dentro princípio da pluralidade das existências, simples assim.

Poderia ele ter tido mais tempo na última existência corpórea, com 96 anos, por exemplo como a Rainha Elizabeth II ?  Não sabemos, mas talvez a letra da sua música, no trecho que diz: ‘vou correndo e não posso parar’, explique.

Recorremos a trechos outra letra,   de  Renato Teixeira, música de Almir Sater, Tocando em frente, para concluirmos que  cada um de nós compõe a sua história:

‘Ando devagar porque já tive pressa, e levo esse sorriso, porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe, só levo a certeza, de que muito pouco sei,  nada sei. Penso que cumprir a vida, seja simplesmente,  compreender a marcha, e  ir tocando em frente.

Como um velho boiadeiro, levando a boiada, eu vou tocando os dias, pela longa estrada, eu vou, estrada eu sou. Um dia a gente chega, e no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, e ser feliz’

E caminhando para a conclusão, todos fomos criados Espíritos simples e ignorantes, com o livre-arbítrio,  fadados ao ‘doutorado angelical’.  Mas andamos errados, pisamos na bola, às vezes trocamos quem mais amamos por uma ilusão,   como diz  trecho sucesso do ‘Só pra contrariar’, composição de  Chico Roque e Paulo Sérgio Valle, que ressalta: ‘mas a gente aprende, a vida é uma escola, e podemos trocar a liberdade pelo perdão’.

E concluímos  que temos a liberdade para fazer o bem ou mal, ‘aproveitarmos a vida’, gozando da riqueza e do sucesso, com fez Zé Rico e seremos julgados pelo implacável juiz, a própria consciência, não por Deus.

 Teremos, na longa escola da vida, que  repetir   anos de estudos, como nas escolas de ensino do  primário ao universitário. É a lei da reencarnação. Um dia a gente chega,   e no outro vai embora,  tocando em frente até nos tornarmos anjos, não ‘decaídos’, naturalmente. Isso não ‘ecxiste’, diria Padre Quevedo.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

COMPARTILHE: