O que seu parceiro, sua parceira, precisa para sentir-se amado? A pergunta pode ser um pouco diferente: o que seu filho, filha, pai, mãe, sogro etc precisa para sentir-se amado? O que seu amigo, amiga, precisa para sentir-se amado?
Apresentei diferentes formulações para uma mesma pergunta: o que a outra pessoa – uma pessoa que a gente ama – necessita para se sentir amada?
Essa é uma pergunta fundamental. Afinal, não basta amarmos alguém. Este alguém precisa se sentir amado(a). E fazer essa pergunta nos leva, primeiro, a reconhecer que cada pessoa é única também no jeito de se sentir amada e, segundo, a agir para que ela se sinta, de fato, amada por nós.
Tem um livro maravilhoso sobre isso, “As cinco linguagens do amor”, de Gary Chapman (editora Mundo Cristão). Já fiz inclusive uma série de vídeos sobre o livro no meu canal no YouTube.
No livro, o autor lembra que frequentemente oferecemos amor ao parceiro, à parceira (também aos filhos, pais etc) tendo como referência a nós mesmos. Ou seja, demonstramos amor do jeito que entendemos que seja o certo – o certo para nós.
O pesquisador de casais, professor John Gottman, professor emérito da Universidade de Washington, depois de analisar em laboratório a dinâmica de milhares de casais, demonstrou que a ausência de um compromisso em descobrir como o outro se sente amado leva a uma quebra do laço de confiança. A confiança, segundo ele, é a base principal para um relacionamento feliz.
A confiança vai se esvaziando não apenas por uma dinâmica de traição sexual, mas parceiros também se sentem traídos quando suas carências emocionais não são correspondidas pelo parceiro, pela parceira,
Vamos falar de alguns exemplos… Existem pessoas que se sentem plenamente amadas quando recebem elogios em suas realizações cotidianas. Tipo, a pessoa ama cozinhar e gosta de receber elogios quando faz até mesmo um arroz. Se o parceiro, parceira, não percebe que esse é um aspecto que o outro dá importância, vai haver uma fissura no relacionamento.
Tem gente, porém, que precisa que o amor seja demonstrado com toques, carícias… Existem outras que precisam mais tempo, de atenção, escuta ativa.
Enfim, cada pessoa tem seu próprio jeito de se sentir amada. Todos os gestos de carinho, sejam eles elogios, o toque, o tempo, entre outros, são importantes para o relacionamento. Mas sempre existe uma coisa que fala mais alto, que funciona melhor. E é isso que precisamos descobrir sobre a nossa parceira, sobre o nosso parceiro.
Muita gente ama, mas não comunica esse amor do jeito certo. E não é porque a pessoa faz tudo errado; ela faz errado para a pessoa com a qual ela convive.
Eu conheço gente que busca demonstrar amor tendo um cuidado enorme com os serviços domésticos; acontece que a outra pessoa gostaria mesmo é de ter uma companheira que tivesse mais disposição para assistir filmes juntos – ou, quem sabe, ter uma boa companhia para os passeios de bicicleta. Parece bobagem, mas esse descompasso gera fissuras no relacionamento. Quem quer ver os filmes (ou andar de bicicleta) não se sente amado, porque a outra pessoa está sempre ocupada com o trabalho de casa.
Por isso, perguntar-se: o que meu parceiro, minha parceira, precisa para sentir-se amado pode ser o primeiro passado para um relacionamento muito melhor.
É fácil descobrir? Depende.
Perguntar para o outro é sempre uma alternativa. Porém, a maioria das pessoas não se conhecem o suficiente. Por isso, uma pergunta do tipo: “o que você precisa para sentir-se amado?” pode não ser totalmente compreendida. O parceiro, a parceira, que ouvir a pergunta pode achar que é uma ironia, uma provocação. E se o relacionamento já estiver um pouco desgastado, a pergunta pode resultar até em agressões verbais.
Então, para descobrir, no diálogo, como o outro se sente mais amado, é preciso criar um ambiente favorável.
Mas existe uma outra alternativa que geralmente funciona: a observação das prioridades do outro. Por exemplo, quem convive comigo vai perceber que a atividade intelectual é o que me dá mais prazer. Eu amo ler, estudar, escrever… Ou seja, não é difícil concluir que reparar no meu trabalho, apreciar o que faço, interagir de forma inteligente com tudo que produzo é uma maneira de tocar meu coração.
Então, a observação das prioridades do outro pode te ajudar a descobrir o que faz seu parceiro, sua parceira, se sentir amado. Ela ama música? Toca algum instrumento musical? Talvez aí esteja a chave para tocar o coração dela. Ele ama o carro dele? Talvez o simples ato de elogiar o cuidado dele com o carro pode ser uma forma de você dizer: eu te amo.
Então, fica a dica: descubra o que seu parceiro, parceira, precisa para se sentir amado. Depois, coloque em prática algumas ações para tocar o coração dele/dela.
Ah… E se for com um filho, um amigo, namorado, etc. etc. também vale a experiência.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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