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A segunda jornada: a jornada do coração

O que você faz além do seu trabalho e das obrigações domésticas? Se você também estuda, pergunto: o que você faz para além daquilo que é parte de suas obrigações?

Não, não quero te deixar maluco, maluca. Também não quero que fique ainda mais sobrecarregado(a). Mas, meses atrás, lendo o livro “O maior líder da história”, do Augusto Cury, descobri porque, para mim, algumas atividades são tão importantes. Curiosamente, são coisas que faço sem a obrigação de fazer.

Não tem a ver com nenhuma das rotinas profissionais que possuo. Mas, sem essas atividades, eu me sentiria vazio. E uma das coisas que faço por puro prazer é escrever. Pela escrita, mensagens diárias ou semanais – como esta coluna no Jornal do Povo – chegam até você. Isso que eu faço é bênção para minha vida e assegura um propósito em minha existência.

O escritor Augusto Cury diz:

“Todo ser humano precisa de uma segunda jornada, a jornada do coração, que não traz dinheiro para o bolso, mas irriga de sentido a vida; caso contrário, viverá e morrerá reclamando de tudo, terá uma história entediante, sem sabor e sem aventuras.”

Quando li este texto, entendi porque há tantos anos dedico energia e tempo para atividades que não são demandadas pelas empresas para as quais trabalho.

Ter uma segunda jornada, a jornada do coração, garante a alegria, a satisfação, o sabor que buscamos da vida. Todo mundo precisa disto.

No trabalho, temos realização. No trabalho, obtemos dignidade, reconhecimento, sentimo-nos relevantes. Porém, o trabalho também implica em rotina, aborrecimentos e obrigações.

Por isso, a jornada do coração é tão necessária. Você se dedica a ela porque quer, porque gosta, porque é sua escolha. Não tem cobrança, não tem cara feia, não tem “isso pode, isso não pode”. Na jornada do coração, ideias não ficam engavetadas.

E sabe de uma coisa? Eu noto que muita gente já faz isso.

Conheço pessoas que mantêm grupos de oração pelo whatsapp. Outras distribuem diariamente mensagens de motivação, frases alegradoras… Algumas pessoas gravam vídeos… Sei de pessoas que têm o prazer de sair todas as semanas nas ruas levando alimento para quem está com fome… Tem gente que sai para fazer visitas nos hospitais. Tenho uma amiga, advogada, professora universitária e que faz parte de um grupo de palhaços. O grupo visita hospitais, asilos…

Note, esta é a segunda jornada, uma jornada do coração, que não traz dinheiro, mas nos coloca em contato com as pessoas, faz com que nossa vida tenha sentido, porque o sentido de viver está no serviço, no agir em favor e em benefício do outro.

E, para isso, cada pessoa pode encontrar sua forma, seu jeito de fazer algo prazeroso. Tem gente que participa da banda da igreja, outras pessoas no louvor… Tem gente que usa suas habilidades na internet para ajudar ongs, associações…

Dias atrás, vi um vídeo de um artista que, dentro de um vagão de trem, faz pequenos retratos a lápis das pessoas que estão ali. Faz a pintura sem que as pessoas percebam; num determinado momento da viagem, o artista se levanta e entrega a folha com uma imagem linda, surpreendente. Quem estava ali no vagão concentrado, às vezes, lendo, falando ao celular ou um tanto cabisbaixo, ao ver o desenho, geralmente sorri, se emociona…

Portanto, hoje, quero te propor um desafio: se tem sentido sua vida um tanto vazia, se te falta propósito, busque se engajar em algo diferente, algo que você faça pelo simples prazer de fazer, sem se preocupar se vai ter retorno ou não. Faça pela alegria que vai sentir, tendo a sensação de viver um momento único.


Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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