No próximo domingo teremos o que muitos chamam de a festa da democracia, com a eleição, para a presidência da república , a mais disputada e talvez mais importante, desde a primeira, após redemocratização.
Há quem tema pela democracia, seja este ou aquele candidato o vencedor e ambos os lados são acusados de espancamento da verdade, espalhando as chamadas fake News , pelas redes sociais.
Sobre o regime democrático, em que, teoricamente, todos os cidadãos elegíveis participam igualmente, diretamente ou através de representantes eleitos, na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder através do sufrágio universal, reflitamos:
‘Democracia, palavra de origem grega que significa do povo e governo. Em essência, é o regime de governo que se caracteriza pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade.
Quando se fala em democracia, de um modo geral, muitas vezes diz-se que o vocábulo está desgastado, que verdadeiramente não existe a democracia. Talvez tudo dependa de como entendamos a questão.
Recordamo-nos de que, quando estourou a Guerra da Coréia, a negra americana Mary Jane Mac Leod Bethune era um vulto venerando no Mundo. Conselheira da Unesco e da Onu para assuntos raciais.
Certa vez, ela estava atravessando o corredor, exclusivo para negros, no aeroporto de uma cidade do sul dos Estados Unidos. Um rapaz branco saltou a cerca, a abraçou fortemente e, entre lágrimas, a chamou de mãe.
O colega que com ele estava o repreendeu, dizendo: Você está louco? Não percebe como agiu de forma ridícula? Saltar a cerca e ir abraçar uma negra!
O jovem, ainda emocionado pelo próprio gesto, explicou: É por causa desta negra que eu vou dar a minha vida na Coréia. Quando fui convocado para a guerra, em um país que jamais eu havia ouvido mencionar o nome, fui até meu professor de geografia e perguntei: “Onde é mesmo que fica essa Coréia?”
Ele me mostrou no mapa uma região miserável, perdida, que eu não sei quem está lá.E eu vou prá lá, porque me disseram que vou salvar a democracia, que aprendi com esta negra, que ama todos os homens, sem perguntar o nome, a cor, a raça ou a crença.
Como se percebe, há muitas formas de entender a democracia. Para o jovem americano, a caminho da guerra, significava amor, igualdade, defesa dos direitos. Ele partia para lutar pelo que acreditava ser o melhor.
A democracia, portanto, é construída por todos e cada um. Quando respeitamos o direito alheio, quando agimos com honestidade e nobreza, estamos exercendo o direito democrático.Estamos afirmando, através de gestos e atos, que cremos no regime do povo pelo povo, para o povo. E o povo somos todos nós. Pobres, ricos, intelectuais, iletrados, negros, brancos, amarelos.
Quando começarmos a olhar para o que segue ao nosso lado no ônibus, na rua, no trabalho, na escola como nosso irmão, espírito em lutas como nós mesmos, estaremos iniciando a dedilhar a cartilha da verdadeira democracia.
Então, o forte será escudo do mais fraco, o poderoso amparará o frágil e todos, irmanados, seguiremos pelas vias do progresso, de mãos dadas, a passo certo e seguro.
E concluindo este texto, encontrado no site Momento Espírita, publicado em 02/05/2008, prossegue:
Quem ama o seu irmão, toma-lhe a cruz em que ele se encontra de braços estendidos e transforma as traves em caminhos luminosos para a liberdade.
O amor fraternal serve sempre, ama, perdoa. Onde se encontre, semeia clima de otimismo.
Akino Maringá, colaborador
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