“Não deveria se meter onde não é chamada”, foi usando essa frase que o presidente da Câmara de Maringá, Mario Hossokawa se referiu a postura da Associação Comercial Empresarial de Maringá (Acim) sobre o aumento no número de vereadores na Cidade. A propositura para aumento de cadeiras deve ser votada nesta quinta-feira em plenário da Casa de Leis.
“A Acim não deveria se meter onde não é chamada, tem que ver a responsabilidade que tem perante a classe empresarial. Sei de muitas reclamações e a Acim não faz nada. Lá virou uma panela de indicações faz tempo. Dentro da Acim tem até restaurante, aqui na Câmara não temos. E esse restaurante não é para a população. Em vez de fazer pesquisa sobre vereadores, deveria fazer uma para descobrir se a classe empresarial está satisfeita. Os diretores de lá querem mandar na Câmara”, disse Mario Hossokawa.
Por sua vez, José Carlos Barbieri, vice-presidente da Acim, repercutiu a declaração polêmica.
“Nós analisamos a entrevista como uma infelicidade. Mario também é empresário, associado a Acim. Na realidade temos 5 mil empresários que representam outros milhares de funcionários, pessoas que vivem em Maringá e movimentam o município como um todo, não só na parte econômica. A história da associação se funde com a história de Maringá, não queremos mandar em na Casa de Leis, mas queremos saber o que os associados pensam sobre o assunto que é de interesse de todos. Mudamos a postura há algum tempo justamente para ouvir mais as pessoas, por isso acontecem diversas pesquisas, não só sobre os vereadores, mas se os empresários estão satisfeitos com a Acim, entre outros temas pertinentes”, respondeu Barbieri.
Mario Hossokawa quer aumentar a quantidade de cadeiras no Legislativo porque, segundo ele, a Cidade cresceu e isso aumenta a representatividade. Disse saber que a despesa também será ampliada, mas avalia que o benefício em representatividade será maior e vai ajudar a população, principalmente, a mais carente. Falou em ter consciência que a população não aprova a decisão; todavia, também está ciente do trabalho responsável que é realizado na Câmara.
SALÁRIO
No meio da votação para aumentar o número de vereadores, a Câmara também pretende votar, nesta quinta-feira, o acréscimo de 43% no salário. Cada vereador passaria a receber R$ 15.193,35, atualmente o salário é de R$ 10.622,91. Além disso, o Projeto de Lei prevê o pagamento de adicional de férias e 13º salário. Com 15 parlamentares, o orçamento para 2023, contando despesas com quatro assessores cada um, é de R$ 28.672.344,00. Agora, se aprovada a mudança para 23 vereadores, os gastos saltariam para R$ 36.161.931,96; elevação de R$ 7.489.587,96. Essas informações são da Câmara Municipal.
A Câmara ainda deverá arcar com uma reforma estrutural se as propostas forem aceitas, porque deverá comportar 23 vereadores e 93 assessores, no total. A primeira votação sobre os assuntos ocorre nessa quinta-feira, a partir das 9h30.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução