Na semana passada a Prefeitura de Maringá lacrou mais uma vez a entrada principal do Cine Teatro Plaza para evitar que pessoas em situação de rua invadam o local e transformem em abrigo. Todavia, segundo moradores e lojistas da região, a medida não teve resultado satisfatório. O lacre foi destruído momentos depois e famílias e animais tomaram conta do espaço novamente. Além disso, existe uma outra forma de entrar no prédio e essa também está sendo usada.
“A Prefeitura vem tentando impedir que as pessoas tenham acesso, isso várias vezes, mas elas conseguem entrar e dormem no local. Com isso tem animais juntos e muita sujeira A porta principal é pela Praça Raposo Tavares, mas pela lateral da Rua Joubert de Carvalho tem uma outra porta, a de emergência, que está bem vulnerável. É por lá que os moradores de rua estão tendo acesso ao teatro”, explicou Ari Pereira, morador do edifício ao lado do Cine Plaza.
Ele informou que essa situação acontece há meses, o espaço está destruído, com muito lixo e com odor muito forte. Para piorar a situação, 30 dias atrás os moradores e lojistas foram surpreendidos com uma fumaça densa que saia do teatro. Segundo Ari, “as pessoas atearam fogo, não sei se foi para aquecer ou preparar algum alimento, mas a fumaça saiu e chegou a tomar conta do prédio que fica ao lado, bem próximo dessa porta de emergência violada. É risco para todos porque o local é extremamente inflamável, tem carpetes e acentos e palco de madeira, entre outros itens. Se pegar fogo, os edifícios e prédios vizinhos também estarão comprometidos”.
Desde 2016 foi elaborado um plano de gestão que afirmou a realização de uma reforma imediata no Cine Teatro e a utilização do local para eventos artísticos e culturais. No projeto é pensado cinema, teatro, museu para exposições itinerantes, escola de cinema, entre outras iniciativas. Todavia, a única mudança foi que o prédio passou a ser usado como banheiro improvisado durante a reforma do Terminal Intermodal em 2020.
Em agosto do ano passado, o prefeito Ulisses Maia falou sobre o projeto do Cine Teatro Plaza. Houve a desapropriação e a parte térrea, onde ficava o cinema, é do Poder Público; já a parte superior é de propriedade particular. O impasse sempre esteve no fato de que o proprietário que detém um terço do imóvel (o restante é público) achou a oferta de R$ 14 milhões abaixo do valor, por isso recorreu à Justiça. Por sua vez, a Justiça decidiu que seria feita uma nova avaliação do local. Apenas a desapropriação já era avaliada pela administração municipal entre R$ 6 e 8 milhões. O Teatro foi construído na década de 1970 e foi fechado em 2006.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução