Você conta com a ajuda de alguém na busca por realizar seus projetos de vida? Ou sua jornada é individual, solitária?
Fomos educados para pensar em méritos individuais, porém nosso potencial só se concretiza quando estamos conectados a outras pessoas.
Não é intencional, mas somos educados para pensar no mérito individual. Valorizamos a conquista individual. Elegemos heróis. Aplaudimos quem faz coisas grandiosas. Porém, quase nunca lembramos que só chega ao topo quem conta com uma rede de apoio.
Já no processo de educação, fomos ensinados a pensar o sucesso como mérito individual. O escritor e pesquisador Shawn Achor conta um episódio curioso envolvendo o filhinho dele e que exemplifica bem essa prática.
Shawn relata que, quando o filho começou a levantar sozinho na cama, ele incentivava, elogiava e, entre outras coisas, dizia: parabéns, você fez isso sozinho. Naquelas pequenas conquistas iniciais, Shawn repetia a ideia de que o garotinho tinha feito isso sozinho.
Quando o menino começou a falar, um dia, repetiu as palavras do pai: “fez isso sozinho”.
Pesquisador do comportamento, Shawn Achor percebeu o que estava acontecendo… Estava plantando uma sementinha de individualismo no coração do pequeno.
O que Shawn fazia com o filho, nós também fazemos. Durante toda a infância, adolescência e até juventude, sem perceber, plantamos ideias de valorização exclusiva dos atributos individuais. E embora eles sejam importantes, esquecemos de ensinar que todo atributo individual se mostra muito mais eficaz quando conectado com as potencialidades das outras pessoas.
No livro “O grande potencial”, Achor afirma que: “o sucesso não é só uma questão de ser mais criativo, inteligente ou motivado, mas de ser capaz de se conectar com as pessoas, colaborar com elas e se beneficiar de suas relações sociais.”
Hoje, uma das competências mais demandadas pelas empresas é a capacidade de trabalhar em equipe. E isso é um grande desafio. Não apenas por traços de personalidade, mas também pela crença de que todo colega de trabalho é uma espécie de concorrente.
A gente quer colocar em evidência a nossa ideia, mas, como aprendemos que só tem valor aquela ideia que é devidamente reconhecida como sendo nossa, temos receio de que alguém roube a ideia. Não aprendemos a somar forças. E ao não nos ajudarmos, não usamos todo o nosso potencial.
Somar forças não pode ser um clichê. Precisa ser uma prática de vida. Estar conectado com as outras pessoas é fator de sucesso… Uma ideia pode ser aperfeiçoada na relação com os outros; uma ideia se torna mais forte quando defendida por mais pessoas.
Por isso, enquanto o mundo não muda, podemos (e devemos) dar o primeiro passo. Ao invés de se incomodar quando alguém traz uma sugestão, por que não ajudá-lo? Ao invés de se isolar, com medo de alguém roubar nossa ideia ou tentar ridicularizá-la, por que não buscar apoios?
Nosso potencial se expande à medida que colaboramos com outras pessoas. Ao nos conectarmos com elas, quebramos resistências e criamos parcerias produtivas.
O futebol funciona bem como metáfora do que estou falando: um excelente jogador só consegue brilhar de fato quando conta com todos os outros 10 jogadores. Lionel Messi, craque argentino, pode ser incrível, mas só mostra todo o seu potencial se a equipe colabora. Quando a equipe colabora, ainda que um jogador se destaque, todos ganham junto.
É isso que acontece conosco. Na sua igreja, se você é responsável por um ministério, só vai fazer a diferença se tiver um bom time com você; você pode ser um vendedor excepcional, mas se a entrega for ruim, vai fracassar.
Gente, “a busca do potencial não deve ser uma jornada solitária. A conclusão de uma década de pesquisas [científicas] é clara: não avançamos mais rápido sozinhos; somos melhores juntos” (Shawn Achor).
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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