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É tempo de transformação

Santo Agostinho já nos dizia que todas as noites, antes de dormir, deveríamos passar em revista o nosso dia, ver no que poderíamos ter sido melhores, os erros, enganos. E isso não para nos autotorturarmos, mas para reavaliarmos, identificando, de acordo com o grau pessoal de cada um, onde precisarímos melhorar.

Ao fim de cada ano devemos refletir sobre  o período que   passou,  sopesando nossas atitudes verificando para que lado a  balança de débitos e créditos pendeu, e também agradecermos ao Pai Soberano a oportunidade de encerrarmos mais um ciclo e iniciarmos uma “nova” jornada.

Reconhece-se o verdadeiro Cristão Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações, nos ensina Alan Kardec, ressaltando, em  O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4, que é preciso cuidarmos da nossa transformação moral.

 O mesmo vale, digo eu, para o  verdadeiro Católico, Protestante, ou de outras denominações religiosas que tenham por base  os ensinamentos  Jesus Cristo. E os não cristãos e até aqueles sem qualquer religião, para os quais podemos qualificar como verdadeiros seres humanos

Kardec nos diz, ainda: “Aquele que pode ser, com razão, qualificado de Espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro. Os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma, é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé, e fé raciocinada.

A proposta filosófica e moral do Espiritismo é a transformação pessoal de nós, adeptos, para melhor. Sua beleza e  sabedoria  nos trazem respostas às mais perturbadoras questões, baseadas na razão e na lógica.Ainda somos aprendizes da Doutrina de Cristo, passíveis de erros, mas com grande vontade de melhorar, de conhecer a nós mesmos, buscando a perfeição que Jesus nos colocou como meta.

Sede, pois, perfeitos, vós outros, perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celestial, disse Jesus, segundo passagem evangélica  narrada por Mateus 5:44, 46 a 48, assim completada: Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Porque, se somente amardes os que vos amam, que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos?

      Considerando  que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo, baseado do amor e caridade,  e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.

       Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial’, repetimos.

       E concluímos essa reflexão, baseada em ESE, dirigindo-nos  a aqueles que romperam amizades e relacionamentos familiares,  agrediram, ofenderam, por causa da disputa política,  mas  continuam indo às igrejas , freqüentando missas e cultos,  se imaginando Cristãos.

       É tempo de transformação. Transformemo-nos em verdadeiros seguidores da Doutrina de Jesus Cristo, que prega o amor, perdão, caridade, compreensão ao próximo. Busquemos a perfeição relativa, antes que seja tarde.

Akino Maringá, colaborador

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