Início Policial Motorista que barbarizou na BR-376 diz que estava drogado 

Motorista que barbarizou na BR-376 diz que estava drogado 

Além de confessar o consumo de droga em serviço o caminhoneiro preso segunda-feira disse que grande números de colegas seus cheiram cocaína para enfrentar as estradas.

O caso do caminhoneiro que fez estrago ao longo de quase 150 quilômetros da BR-376 entre Ponta Grossa e Curitiba acendeu um sinal de alerta nos setores que cuidam da segurança de trânsito no Paraná:  além do álcool, a cocaína consumida por motoristas de caminhão é uma das grandes responsáveis pelos acidentes que ferem e matam centenas de pessoas nas estradas do Paraná.  E não por ironia do destino, mas por falha mesmo das autoridades de segurança, o Paraná é o 3º estado com mais caminhoneiros reprovados no exame toxicológico.  

Foram mais de 24 mil testes positivos de 2016 até agosto e 2022. O teste detecta o uso de álcool e drogas do condutor nos últimos seis meses. De acordo com os números da Associação Brasileira de Toxicologia, o Paraná fica atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, o primeiro com 64 mil motoristas flagrados e o segundo com 32 mil testes positivos. O exame é obrigatório para quem dirige caminhões, vans e ônibus. Por lei, o teste deve ser feito a cada dois anos e meio e detecta uso recorrente de álcool e drogas nos últimos seis meses. O caso do motorista que cruzou Curitiba provocando acidentes em série é um exemplo dramático e assustador da situação. 

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Toxicologia, Renato Borges, “a legislação precisa ser atualizada para exigir o exame toxicológico em um intervalo menor de tempo e dar mecanismos de punições mais rigorosas aos infratores”. O dono de transportadora Elton Tramontin afirma que a primeira coisa a que o motorista é submetido quando começa a trabalhar na sua empresa é o exame toxicológico. “Mas infelizmente isso não é regra”, rebate Renato.

De acordo com o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Ruzzitto, pesquisa comprova que grande parte dos motoristas profissionais que cortam o país pelas rodovias estaduais e federais consomem muita droga ilícita como cocaína. Mais até do que o álcool. Rodolfo defende que além de apurações rigorosas de acidentes graves envolvendo caminhoneiros é preciso que o Ministério Público atue junto às empresas de transporte preventivamente no sentido de checar as condições de trabalho que cada uma delas oferece. “Há casos de motoristas que dobram seus turnos e chegam a ficar três dias na estrada sem dormir”, observa, acrescentando que desde o final de 2022 a aplicação de multas automáticas a motoristas sem exame de toxicologia foi suspensa por decreto do presidente Jair Bolsonaro.

Redação JP
Foto – G1

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