Início Colunistas As coisas dificilmente são o que aparentam ser

As coisas dificilmente são o que aparentam ser

“Os sábios sabem que as coisas dificilmente são o que aparentam ser” (Ed René Kivitz).

A frase resume uma das importantes verdades históricas: nem tudo é o que aparenta ser.

A gente frequentemente se ilude com aquilo que parece enxergar. E num tempo em que tudo pode ser fotografado, filmado, qualquer imagem parece servir como prova de um fato.

Mas até mesmo histórias, que parecem muito bem contadas e coerentes, nem sempre representam a globalidade de uma realidade.

As histórias não têm apenas dois lados. Elas possuem nuances e perspectivas que até mesmo quem está inserido nelas pode desconhecê-las.

Eu recordo que, quando era garoto, meus pais sempre diziam: não acredite em tudo o que você ouve; não acredite em tudo o que vê.

Isso é a prática da prudência. Uma atitude sábia e que faz a gente não julgar de forma errada as coisas e, principalmente, as pessoas.

Esta ideia de cuidado, de evitar a precipitação no julgamento daquilo que vemos, está conosco desde muito cedo. Escutamos repetidas vezes a respeito dos jogos de imagem e da necessidade de não nos iludirmos com a aparência das coisas.

Entretanto, a ausência de sabedoria parece fazer com que muitos de nós não assimilem essa verdade. O mundo continua avaliando pessoas, julgando os fatos pela aparência.

Quando o autor da frase afirma que “os sábios sabem que as coisas dificilmente são o que aparentam ser”, a ideia que emerge é que a sabedoria nos qualifica para, de fato, compreender que a aparência pode enganar.

Afinal, repetir uma ideia sem um conhecimento mais amplo nos faz papagaios e não necessariamente seres pensantes.

As mentiras que às vezes, repetimos no campo da saúde, da política e até da religião ajudam a sustentar uma aparência de realidade.

Hoje, o funcionamento eficiente das fake news transforma mentiras em verdades e provoca, em muitas situações, críticas a amigos, familiares e até confrontos na internet.

Mas vai além… Por avaliarmos apenas pela aparência, podemos ser imprudentes em julgamentos sobre pessoas – inclusive pessoas que amamos.

Algumas avaliações de aparências às vezes são feitas até mesmo sobre possíveis parceiros e parceiras para um relacionamento…

E isso, além de injusto, atropela o próprio ensinamento bíblico, que nos orienta para a prática da sabedoria. E que a cautela num julgamento, ou mesmo o silêncio, são o exercício diário de quem é sábio.

Portanto, caro amigo e amiga, lembre-se: apenas mulheres e homens sábios conseguem ter a prudência de não se deixarem enganar pelos jogos de imagem. Pegou a ideia?

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras
Doutor em Educação

COMPARTILHE: