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Adoramos ficar presos a alguns de nossos problemas

Ei, pense em um problema na sua vida do qual você deseja se livrar. Pense por alguns instantes… Conseguiu identificar? Tem algum problema na sua vida que te perturba, incomoda, mas que você ainda não conseguiu se livrar dele? Talvez você conheça bem os sintomas do problema, mas conhece sua causa?

Agora pense mais um pouco… Por que você ainda não se livrou desse problema? O que tem te impedido de livrar do problema?

Quase todos nós temos problemas que seguem conosco. Às vezes, nos tornamos reféns de seus sintomas, mas seguimos convivendo com aquilo que deveria deixar de fazer parte de nossa vida.

A ciência descobriu que “adoramos ficar presos a alguns de nossos problemas”. O problema está lá, está incomodando, você sabe que precisa se livrar dele, mas reluta tirá-lo da sua vida.

Quando a ciência indica que “adoramos ficar presos a alguns de nossos problemas”, indica a tese de que, primeiro, é possível se livrar de alguns problemas que carregamos conosco, segundo, não nos livramos porque procrastinamos, com justificativas das mais variadas, o enfrentamento do problema.

O pesquisador Bernard Roth sugere que o passo mais difícil é identificar o problema. Às vezes, sabemos que algo não está funcionando em nossa vida ou está nos impedindo de seguir adiante, mas não temos clareza a respeito do problema. Além disso, temos o hábito de culpar tudo e todos, menos de sermos honestos na busca pelo motivo do problema (porque, no fundo, a gente sabe que a responsabilidade é nossa e não queremos admitir).  

Por isso, segundo ele, quando algo incomoda, a primeira coisa a fazer é parar tudo e se questionar: qual é o problema?

Para isso, o melhor método ainda é pegar um caderno, um lápis ou caneta, sentar-se e, sem distrações, começar a listar os incômodos e possíveis causas. Trata-se de um exame consciente e que requer tempo.

Um entrave na nossa vida quase sempre se revela com múltiplas faces. Por isso, o problema em si não é identificado sem um amplo exame de si mesmo e do entorno que nos envolve.

O segundo passo é, identificado o problema, dedicar atenção plena em imaginar os possíveis cenários para eliminá-lo. Supondo que você encontre algo de que verdadeiramente quer se livrar, a tarefa a seguir não é tão difícil. Demanda, porém, foco e disposição para resolver, porque nenhum problema vai embora se não houver empenho em solucioná-lo.

Infelizmente, muita gente não quer eliminar o problema porque sabe que terá custos. E, sim, haverá custos. Minha mãe costumava dizer que ninguém faz uma omelete sem quebrar os ovos. O ditado era para lembrar que o enfrentamento de uma determinada situação trará desconfortos e, por vezes, até mesmo perdas.

Vou dar aqui um exemplo hipotético. Digamos que um colega de trabalho que geralmente não faz o trabalho correto e sobra para você. Qualquer solução passa por um enfrentamento que trará desgastes: falar com a pessoa e dizer “chega” será desgastante; reclamar para a direção, idem; ou, em último caso, procurar outro trabalho (que também será complicado, trará perdas e parecerá injusto). Percebe?

Por isso, livrar-se de um problema exige de nós atenção plena, consciente. Trata-se de um exercício mental e físico, com implicações em diferentes aspectos da existência. No entanto, quando não nos livramos de problemas que, de fato, nos afetam, perdemos a oportunidade de avançar.

Lamentavelmente, todas as semanas leio recados de alguns de nossos amigos/as leitores/as pedindo orientações: querem saber o que fazer. Entretanto, muitos não têm clareza sobre seus reais problemas e a maioria sequer parou para pensar nas possíveis soluções e implicações que enfrentariam. Por isso, buscam ajuda.

Hoje, porém, quero desafiar você a, primeiro, identificar o problema que está te incomodando; segundo, gastar tempo para encontrar formas de se livrar do problema; por fim, dedicar atenção, foco e empenhar-se para se livrar do problema.

Não vai ser indolor, mas vai te livrar de um peso e vai destravar a sua vida.

Pegou a ideia?–

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação

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