A ressureição supõe o retorno à vida do corpo que está morto, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, porque os elementos desse corpo estão, desde muito tempo, desintegrados na natureza.
A reencarnação é o retorno do Espírito à vida corporal, mas em outro corpo formado novamente, para ele, e que não tem nada em comum com o que se desintegrou. É uma palavra criada por Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, que significa a volta do espírito à carne, ‘numa nova carne’.
Ressurreição significa ressurgir, e muitos entendem como o ressurgimento do Espírito na carne, mas na mesma carne, ou seja, no mesmo corpo que morreu. Neste caso há questionamentos de como seria possível ressuscitar (ressurgir), por exemplo, num corpo carbonizado, ou que foi comido pelos peixes, (sempre lembro do caso do conceituado político, Ulisses Guimarães, com desapareceu num acidente de helicóptero, caiu no mar e nunca foi localizado.)
Mas há casos em que os ‘mortos’ aparecem, sem nascer de novo. Como isso pode acontecer? As aparições de desencarnados (mortos) acontecem graças ao corpo espiritual, definido por Kardec como períspirito, ou corpo astral, que é o permanente do Espírito, digamos assim (quando estamos encarnados é coberto pelo corpo de carne). Foi o que aconteceu, por exemplo, com Jesus quando se materializou ante os discípulos (Mc 16:4/18; Lc 24:36/49 e Jo 20:19/23).
Segundo as narrativas evangélicas, as portas da casa onde os apóstolos encontravam-se estavam trancadas, porque eles tinham medo da perseguição dos judeus. E estavam eles ainda falando dessas coisas, quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz seja convosco!” Como teria Jesus entrado, se as portas estavam trancadas? Sendo fluídico o corpo com o qual ressurgira, não encontrou nenhum obstáculo nas paredes ou portas trancadas.
Algumas religiões cristãs interpretam as escrituras sagradas, anunciando a ressurreição dos mortos e o retorno de Jesus para separar o “joio” do “trigo”, os “bodes” das “ovelhas”, os bons dos maus, transformando a Terra em paraíso para os “eleitos”.
Cientificamente é difícil imaginar corpos decompostos reorganizando-se, reestruturando células e órgãos, com o aproveitamento de átomos que se dispersaram e que, no desdobrar do tempo, formaram incontáveis organismos nos reinos vegetais e animais. Ainda que isso ocorresse, por ‘mágica divina’, haveria uma multidão tão grande de ressuscitados que, literalmente, ocuparia todos os espaços, tornando impossível a vida na Terra, já que o homem surgiu há pelo menos um milhão de anos.
Reencarnação não é punição, mas oportunidade de reparação dos erros cometidos, pois Deus é misericordioso, bondoso e justo, não castiga ninguém. Suas leis são imutáveis, e devemos cumpri-las. Se não as seguirmos direitinho, teremos que nascer de novo, quantas vezes forem necessárias, para que aprendamos.
E para concluir essas reflexões, com base em texto do Blog Letra Espírita, apresentamos explicações do Livro ESE sobre uma crítica dos que não aceitam a reencarnação, que é não lembrarmos de existências anteriores:
‘Frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.
O esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea. Volvendo à vida espiritual, readquire o Espírito a lembrança do passado; nada mais há, portanto, do que uma interrupção temporária’.
Reencarnamos para passar, além de expiações (pagamentos das dívidas, aprendendo) por provas. Lembrar-se do passado seria o mesmo do que fazer uma prova escolar, consultando a matéria.
Corruptos e ladrões não escaparão!
Akino Maringá, colaborador
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