Início Policial PMs filmam tortura e produzem provas contra si próprios

PMs filmam tortura e produzem provas contra si próprios

As filmagens mostravam a truculência durante a abordagem que policiais militares faziam no litoral do Paraná. Cinco policiais foram flagrados pela inteligência da PM e Ministério Público, com imagens gravadas por eles próprios e resgatadas dos celulares apreendidos com os gêmeos Rodrigo Marchesi e Ricardo Marchesi, da Rotam de Guaratuba. Em um dos episódios registrados estava a tortura de um suspeito, detido e depois de ser agredido foi obrigado a usar cocaína. Em outro caso, o preso teve que comer maconha. “Ô seu porco, come essa porra toda aí”, berra um dos irmãos, ao que a vítima responde: “Ô senhor, eu tô comendo aqui, senhor”.

Os cinco policiais investigados, entre eles os irmãos Marchesi , foram alvos da Operação Fish, do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e se tornaram réus. Os gêmeos respondem por diversos crimes, como posse irregular de arma, invasão de domicílio, tráfico de drogas e tortura que eles mesmos filmavam.

O Ministério Público levantou que os PMs invadiam residências sem mandado judicial e barbarizavam, como ocorreu com o suspeito obrigado a comer maconha na sala da sua casa. De acordo com denúncia, aceita pela Justiça Militar, os irmãos Marchesi e um terceiro policial, Sidney Vettori Moura, entraram em uma casa em Guaratuba sem mandado judicial ou indícios de flagrante delito e agrediram o morador a chutes e socos, ameaçando matá-lo e forjar a existência de outras drogas em poder da vítima. Os promotores relatam outro caso em que, de armas em punho, os policiais ameaçaram matar três pessoas, inclusive uma mulher grávida.

Ao aceitar a denúncia, o juiz Leonardo Bechara , de Curitiba, afirma que há indícios para a instauração de ação penal, uma vez que os policiais, supostamente, mantinham um depósito dentro de um carro estacionado no pátio da 3ª Companhia do 9ª Batalhão de PM, em Guaratuba. No veículo os PMs guardavam drogas, armas e munições.

Em nota, a Polícia Militar do Paraná, por meio da Corregedoria Geral, diz que está acompanhando e colaborando com as investigações e que os policiais envolvidos estão afastados das funções. Os irmãos Marchesi estão presos desde agosto de 2022, no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Redação JP
Foto – Rede social

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