Você tem ideia das áreas de sua vida que são problemáticas e podem ser mudadas?
Há alguns anos, tenho dedicado atenção a este tema. Começou como pesquisa acadêmica e se tornou parte da minha rotina. Estudo o assunto para falar sobre isso; estudo o assunto para me entender e, principalmente, para agir melhor.
No final do ano passado, resolvi fazer uma listinha de mandamentos do Ronaldo. Nos mandamentos, estão sendo listadas atitudes que precisam ser mudadas. Minha lista não está fechada, mas reflete aspectos do meu cotidiano que não funcionam tão bem, comportamentos impulsivos que as vezes tenho e que me prejudicam.
Na minha lista, só estão aquelas coisas que realmente me causam desconforto e que estou convencido que devo lutar para controlar.
Olhar para a lista me ajuda a pensar nas bobagens cotidianas que faço e também proporciona uma atitude mais consciente, uma reação mais adequada diante dos acontecimentos.
Eu realmente acredito que, quando olhamos para nós mesmos a fim de nos conhecer melhor, temos a oportunidade de mapear nossas fragilidades e potencialidades.
Desenvolver aquilo que há de melhor em nós é fundamental. Porém, minimizar o que nos prejudica também é importante.
Vou citar um exemplo: ser prudente ao falar.
O olhar atento, crítico para nossas atitudes, às vezes nos leva a perceber que falamos coisas que nos prejudicam – e aqui nem estou mencionando o fato de, com nossas palavras, magoarmos outras pessoas.
Falo da prudência necessária na verbalização da nossa intimidade, do que pensamos, do que queremos.
Eu já me dei mal por expor ideias para pessoas erradas no trabalho. O que falei foi usado para me prejudicar.
Ei, entenda, este é apenas um exemplo de algo que talvez seja necessário melhorar.
Talvez na sua lista deva aparecer “ouvir mais minha esposa”; ou “não interromper meu marido quando ele está falando”. Talvez na lista seja importante colocar “parar de dar desculpas para meus atrasos”. Ou ainda: “não gritar com minha filha”.
Quando citei que precisamos olhar para nós mesmos de maneira crítica, sincera, reforço a importância de não dar justificativas. Quase sempre o que a gente precisa melhorar vem acompanhado de uma desculpa. A gente argumenta que não faz o certo em função do comportamento dos outros.
A culpa é da filha, que sempre me irrita; a culpa do atraso é da esposa, que não ajuda a arrumar as crianças mais cedo; a culpa de interromper o marido é que ele nunca faz nada certo e não me entende. A culpa por ser ríspido com o funcionário é do suposto pouco comprometimento dele…
É fácil e é normal transferir para o outro a responsabilidade por minhas atitudes equivocadas. Porém, o que não gostamos de admitir é que não controlamos o outro, mas podemos governar a nós mesmos.
Na filosofia grega, há um princípio que defendo: o governo dos outros só é possível quando governo a mim mesmo. Eu preciso me governar, governar minha vida, ser gestor das minhas emoções. Quando isso acontece, não preciso impor nada aos outros; os outros se inspiram em mim, porque me torno uma pessoa admirável.
Portanto, caro amigo/a, fica a dica: dedique tempo para se conhecer mais e invista para mudar aquilo que prejudica a sua vida. —
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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