Se você está sempre estressado, frustrado, sentindo-se fracassado, porque não é um sucesso, preciso te dizer: você está sofrendo à toa. Quem acha que a vida só faz sentido se conseguir ser o número 1, acredita numa grande mentira.
É nobre querer crescer. É elogiável a luta por se aperfeiçoar, por tentar melhorar… Entretanto, a cultura atual vende a ideia de que o nosso lugar é no pódio. Alguns dos nomes mais famosos das redes sociais são palestrantes, escritores de autoajuda, coaches e, embora façam um trabalho digno, não raras vezes, ajudam a criar a ilusão de que toda pessoa está destinada ao sucesso.
Essas celebridades da motivação frequentemente falam de suas vitórias, mostram seus resultados positivos, publicam imagens que reforçam a autoridade que possuem para garantir que conhecem a receita do sucesso. E fazem disso uma estratégia para ampliar o público, ganhar mais dinheiro e vender a ideia que, basta segui-los, para também alcançar o topo.
Isso é um grande problema. Sabe por quê?
Primeiro, porque esta medida de sucesso está errada. A definição de sucesso deveria passar, primeiro, por dois filtros básicos: família e espiritualidade. Uma pessoa que não possui boas conexões familiares e nem tempo para Deus não é uma pessoa de sucesso.
Segundo, porque o discurso de que todo mundo tem que estar no pódio empurra todas as demais para a posição de fracassadas. E a grande verdade a respeito da existência é que pouca gente, muito pouca gente, ocupa os primeiros lugares.
No jornalismo, por exemplo, até pouco tempo atrás, alguns consideravam o auge da profissão ser âncora do Jornal Nacional, da rede Globo. Isso é muito legal, mas o que dizer então de todos os milhares de excelentes jornalistas que não são o William Bonner e a Renata Vasconcellos? A bancada do JN só tem lugar para duas pessoas.
O mundo é feito de gente comum – a maioria, ilustres desconhecidos. São os milhões de anônimos que estão nas empresas, que prestam serviço, que são professores, jornalistas, advogados, médicos… Também garis, pedreiros, marceneiros, zeladores, costureiras…
E todas essas pessoas são fundamentais e podem fazer a diferença onde vivem, sendo generosas, bondosas, acolhedoras, amáveis… Sendo corretas no que fazem, trabalhando com dedicação, respeitando as pessoas, cumprindo o que prometem, vivendo em paz, em comunhão umas com as outras.
Isso sim é sucesso!
A dedicação só faz sentido se o foco for o seu desenvolvimento e não a posição que ocupa na vida acadêmica, profissional ou mesmo nos relacionamentos.
Portanto, sim, invista em você! Seja o melhor que puder ser. Faça o seu melhor. Mas se respeite.
O escritor Rubem Alves disse:
“Quem acredita que o seu lugar é o pódio está sempre estressado, competindo, tentando passar na frente. Quem não tem pretensões ao pódio vive uma vida mais alegre. Não é preciso chegar na frente. Mas há uma seita que anuncia como palavra de Deus: ‘Você está destinado ao sucesso!’. Não sei onde descobriram isso. Pelo menos o Deus cristão não promete sucesso para ninguém”.
Se respeitar é olhar pra você com generosidade. No mundo, tem muito mais gente comum do que aqueles que vão ocupar o primeiro lugar no pódio – seja lá área que for.
Essas pessoas que se destacam podem sim nos inspirar, nos ensinar lições, podem nos ajudar a crescer. Entretanto, você deve escrever a sua história. Essa é a história que realmente importa. Se for modesta para os parâmetros de sucesso dados pelo mundo, está tudo bem. Importa que você esteja bem. Importa que você ame e seja amado. Importa que você esteja em paz.
Pegou a ideia?–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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