Os falsários eram atores pornôs que ofereciam garotos de programa, preferencialmente a homens casados, para depois extorqui-los.
O golpe começou a ser investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, que de posse de um mandado judicial prendeu ontem em São Paulo dois atores pornôs, suspeitos de extorquir homens casados em várias cidades brasileiras, inclusive Maringá. A prisão dos suspeitos foi o desfecho da Operação Laqueus (armadilha em Latim) que cumpriu quatro mandados, sendo dois de prisão e dois de busca e apreensão, numa operação relâmpago desenvolvida por policiais de Brasília e São Paulo.
As investigações duraram cinco meses, quando foi possível comprovar que os investigados, tratando-se de dois homens, de 22 e 27 anos, utilizavam-se de sites que ofereciam serviços de acompanhantes, voltados ao público LGBTQI+, para localizar possíveis vítimas e, em seguida, chantageá-las. Apurou-se que os autores, residentes em São Paulo, faziam anúncios fakes em sites de garotos de programa em cidades espalhadas pelo Brasil com o intuito de identificar pessoas que poderiam ser vítimas de seus golpes.
Constatou-se que, inicialmente, a vítima entrava em contato com os autores por meio do número do aplicativo (WhatsApp) indicado nos anúncios. Durante a conversa, os autores ganhavam a confiança da vítima e levantavam informações pessoais para extorqui-la. Além disso, os autores trocavam fotografias de cunho sexual para ter material guardado e disponível para chantagear a vítima posteriormente.
As investigações ainda apontaram que os criminosos visavam pessoas com certo poder aquisitivo e que fossem casados. Quando identificavam uma vítima que se encaixava nesse perfil e de posse de vídeos e fotos de cunho sexual, provenientes das conversas, os autores revezavam-se em extorquir as vítimas e exigir delas a realização de transferências bancárias entre R$ 3 mil e R$ 10 mil para não expor a intimidade da vítima a familiares, especialmente esposas e companheiras, empregadores e pessoas próximas. Os criminosos, ainda, para vencer a resistência das vítimas em realizar as transferências bancárias, os autores encaminhavam dados pessoais obtidos ilicitamente por meio da dark web tais como nome, endereço, filiação, profissão, entre outros.
Os anúncios eram publicados em sites de garotos de programa e acessados em várias regiões do País. No período em que foram investigados, apurou-se que eles fizeram vítimas, além de Maringá e Distrito Federal, em Macaé (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).
No Distrito Federal, a dupla apresentava-se como atores cariocas por meio de anúncios digitais, publicados em pelo menos cinco sites, direcionados ao público LGBTQI+. A intenção era persuadir e prospectar clientes de alto poder aquisitivo, dentre eles empresários e servidores públicos do alto escalão. Os presos responderão pelos crimes de extorsão, podendo ser condenados a uma pena de até 15 anos para cada vítima identificada.
Blog do Rigon com Assessoria de Comunicação/DGPC
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