Início Colunistas Desvendando a vergonha: Compreenda suas causas e aprenda a superá-la

Desvendando a vergonha: Compreenda suas causas e aprenda a superá-la

Por que sentimos vergonha? O que nos leva a experimentar essa emoção tão desconfortável e avassaladora? Vamos mergulhar mais profundamente nos motivos pelos quais sentimos vergonha, com base em estudos e pesquisas realizados por especialistas na área. Vamos explorar os gatilhos e as circunstâncias que alimentam essa emoção, e o que podemos aprender com ela.

A vergonha é uma emoção universal, e todos nós a sentimos em algum momento de nossas vidas. Brene Brown, em seus estudos, descreve a vergonha como uma emoção intensamente dolorosa que nos faz sentir inadequados e indignos de conexão com os outros. Essa emoção pode ser desencadeada por várias razões, como fracassos, rejeição, erros e até mesmo aparência física.

A vergonha é limitante e torna a vida mais difícil. A vergonha nos impede de aproveitar plenamente nossas experiências e relacionamentos. No ambiente de trabalho, por exemplo, a vergonha pode fazer com que as pessoas hesitem em compartilhar suas ideias, limitando assim sua capacidade de contribuir efetivamente para um projeto ou equipe.

Entretanto, vai além. A vergonha pode prejudicar os relacionamentos. Dependendo do que motiva a vergonha, a pessoa pode se isolar de amigos e familiares, não se sentir confortável em conhecer pessoas diferentes e, com isso, até viver relacionamentos amorosos limitados.

Na prática, a vergonha pode minar a autoestima de uma pessoa, fazendo com que ela duvide de suas próprias habilidades e evite situações que exijam confiança. Por isso, é crucial enfrentar e superar a vergonha para viver de forma autêntica e conectada com os outros.

Todavia, o enfrentamento dessa emoção passa pela compreensão do que a causa. Abaixo, apresento alguns motivos de sentirmos vergonha.

Medo da rejeição: A necessidade de pertencer a um grupo social é fundamental para nossa sobrevivência. A vergonha surge quando tememos ser excluídos ou rejeitados por nossos pares, como afirma Brene Brown: “A vergonha é o medo intenso de desconexão”.

Erros e fracassos: Quando falhamos ou cometemos erros, podemos sentir vergonha porque acreditamos que esses eventos negativos revelam algo ruim ou inadequado sobre nós. Como disse o escritor e poeta norte-americano, Maya Angelou: “A vergonha pode fazer você se sentir como se estivesse preso em um casulo, incapaz de se libertar e mostrar ao mundo a sua verdadeira beleza.”

Exposição pública: A vergonha pode ser desencadeada quando nossa privacidade é violada ou quando somos expostos publicamente de maneira negativa. Essa vulnerabilidade nos faz sentir expostos e julgados pelos outros, como observou o escritor e filósofo Alain de Botton: “A vergonha é a sensação de estar sob o olhar crítico do outro”.

Expectativas sociais e culturais: Vivemos em uma sociedade que impõe padrões de sucesso, beleza e comportamento. Quando não atendemos a essas expectativas, podemos sentir vergonha. A escritora e ativista Audre Lorde destacou essa dinâmica ao dizer: “A vergonha é uma ferramenta de opressão”. E a vergonha é uma resposta ao sentimento de inadequação às expectativas sociais e culturais. Segundo Pierre Bordieu: “O poder simbólico é aquele poder invisível que pode ser exercido sem violência física e que, no entanto, impõe as normas e os padrões culturais dominantes”.

Traumas e abusos: Experiências traumáticas e abusivas podem causar vergonha profunda, especialmente quando nos sentimos impotentes ou responsáveis pelo que aconteceu. A terapeuta e autora Beverly Engel ressalta: “A vergonha é o legado do trauma”.

Para superar a vergonha, é importante compreender e enfrentar os motivos pelos quais a sentimos. Ao reconhecer as situações que desencadeiam essa emoção e refletir sobre os medos e crenças subjacentes, podemos aprender a lidar com a vergonha de maneira mais saudável e construtiva.

Como afirmou Brene Brown, “Falar sobre a vergonha dissipa seu poder”. Este é um dos primeiros passos para lidar com a vergonha. O escritor Viktor Frankl destaca: “O sofrimento desnecessário é o resultado de sermos prisioneiros de nossos próprios pensamentos”. A vergonha está diretamente ligada ao que carregamos em nossa memória. Portanto, não se limite. Encare seus pensamentos e enfrente a vergonha para transformá-la em uma força de superação e crescimento.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação

Visite meu blog: 
http://blogdoronaldo.wordpress.com

Siga-me no instragram: 
http://instagram.com/ronaldonezo

COMPARTILHE: