Passamos diante da roseira e louvamos a beleza e o perfume das rosas. Passamos diante da parreira e proclamamos o sabor das uvas. Pouquíssimas pessoas “se lembram de lembrar” que somente existem rosas e uvas porque existem raízes sustentando roseiras e parreiras.
Mães lembram raízes. Sem elas, não existiria a humanidade. No entanto, quando celebramos os méritos de alguém, raríssimas vezes mencionamos o nome da mãe desse alguém. Sequer sabemos o nome dela. Sequer nos passa pela cabeça que aquela pessoa ilustre só existe porque um dia uma valorosa mulher a gerou no ventre, amamentou sua infância, carregou-a no colo e a preparou para a vida.
Quem sabe o nome da mãe do papa Francisco? Quem sabe o nome da mãe do líder Gandhi? E da mãe do pastor Luther King? E da mãe da Ângela Merkel? E da mãe do Kennedy? E da mãe do Pelé? E da mãe do Frank Sinatra? E da mãe da Madonna? E da mãe do Roberto Carlos? E da mãe da Martha, a melhor jogadora de futebol do mundo? E da mãe do Getúlio Vargas? E da mãe do John Lennon? E da mãe da Lady Diana? E da mãe do Brad Pitt?…
Badala-se a rosa; esquece-se da raiz. Festejam-se o filho famoso e a filha estrela; esquece-se de que um e outra são badalados e brlhantes porque nasceram do ventre de alguém que os introduziu na vida e por eles muitas lágrimas derramou. Por eles perdeu muitas noites de sono. Por eles renunciou a muitas alegrias. Por eles se escondeu no anonimato.
Houve alguém que trocou as fraldas do Barack Obama. Houve alguém que passou talco no bumbum do Bill Gates. Houve alguém que deu de mamá à Ivete Sangalo. Houve alguém que colocou mingauzinho na boca da Julia Roberts. Houve alguém que limpou o cocô do Plácido Domingos. Houve alguém que um dia fez a camisa branca para o batizado do padre Zezinho. Houve alguém que ensinou a “Ave Maria” à Santa Paulina.
Houve alguém que ensinou Cristiano Ronaldo a dizer “mamãe”, “papai”. Houve alguém que levou Mário Quintana ao postinho pra tomar vacina. Houve alguém que muitas vezes levantou de madrugada para cobrir no berço o Tony Ramos. Houve alguém que sofreu as dores do parto para que nascesse a Elis Regina. Quem foi? Você, por acaso, já ouviu dizer?
Mas as mães são assim. Sempre foram. Mesmo as mais modernas são geralmente assim. Sua alegria está na alegria dos filhos e filhas. Sua vitória está na vitória das filhas e filhos. Sua vida está na vida daqueles e daquelas a quem transmitiu o dom da existência.
Não importa que ninguém saiba os seus nomes ou note a presença delas. Importa é que sem elas a humanidade não existiria.
Lá no fundo do seu coração bonito, elas sabem que, apesar de tudo, continuam sendo alvo do nosso mais carinhoso amor. Que Nossa Senhora, Maria querida, Mãe de Jesus, as abençoe.
A. A. de Assis
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