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Origem e destino

      Nas viagens  por  transporte coletivo, seja  de ônibus, avião, ou outro meio, consta nos bilhetes de passagens  a origem e o destino, locais de  embarque e desembarque.

      Quando mudamos de cidade, estado ou país, sempre poderemos ser questionados sobre   quem somos, de onde viemos e até para onde iremos.

      Na vida muitos nos perguntamos, também, quem somos, de onde viemos e para onde vamos,   pois a única certeza absoluta que temos é que todos, digamos, morreremos um dia.

      Há os que acreditam que nossa origem seja o ventre da mãe, fruto da junção de um espermatozoide com um óvulo, e o destino  o túmulo. Muitos ainda fazem a concessão da separação de uma essência espiritual, no momento da morte do corpo, que teria como destinos o paraíso ou o inferno, com possibilidade   de expiação, para  os menos pecadores, passando pelo purgatório alcançar o céu.

       A doutrina espírita nos dá outras explicações que trazemos para reflexão dos leitores:

      Todos nós, humanos, somos Almas ou Espíritos, que são palavras sinônimas. Para facilitar o entendimento, quando estamos num corpo físico somos chamados de Almas, e quando o corpo morre, passamos a ser chamados de Espíritos.

   Há dois elementos gerais no Universo: a matéria e o Espírito  e  Deus, acima de ambos, criador de tudo. Mas ao elemento material falta acrescentar o fluido universal intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, densa demais para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.

  Nas questões 81 e 82 do Livro do Espíritos  aprendemos  que os   Espíritos  foram  criados  por Deus , como a todas as outras criaturas, por sua vontade, mas  sua origem é um mistério.” Que não podemos afirmar, com certeza, se os  Espíritos são imateriais, pois não se pode definir uma coisa quando não dispomos de termos comparativos, como um cego de nascença não pode definir a luz.

 Apesar de ser um mistério, podemos estar certos de que a origem dos espíritos é a vontade de Deus, somos Criação Sua, deixando claro que o espírito não surge do nada, nem espontaneamente. Considerando que, sendo uma criação, o espírito é alguma coisa real, tendo uma existência, portanto é uma estrutura. O interessante é que apesar de estarmos tratando da nossa própria essência, a mesma se encontra além da nossa compreensão.

  E por que nascemos (encarnamos) num corpo preparado com participação de nossos pais? Na questão 132, do Livro já citado,  encontramos como resposta que Deus nos impõe com a finalidade de nos fazer chegar à perfeição. Os Espíritos passam pela experiência da encarnação visando a objetivos; para uns é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, devem sofrer todas as vicissitudes da existência corporal. Esta é a expiação. A encarnação tem também outro objetivo, que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação.

E qual o nosso destino (para onde vamos)? Nas questões 149 e seguintes a resposta é  que voltamos ao mundo dos Espíritos, onde, como  na Terra, há regiões tão boas que parecem um paraíso, as menos boas e outras tenebrosas. Conservamos a nossa individualidade, ou seja, continuamos a ser o que somos, com as virtudes e os defeitos, não levando nada mais que a lembrança e geralmente   a vontade de irmos para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargor, segundo o emprego que fizemos da vida. Quanto mais puros formos, mais compreenderemos   a futilidade do que deixamos sobre a Terra. Riqueza material, poder, títulos, nada tem de importância na outra dimensão.

  Concluindo, somos Espíritos e faremos viagens de origem e destino, de ida e volta,  para  um corpo físico ,e o deixando, até evoluirmos de maneira a não precisarmos mais voltar para a verdadeira prisão num envoltório carnal. Os locais de moradias, no corpo ou fora dele, só depende de nossas atitudes. Orgulho, vaidade, egoísmo, ambição desmedida, corrupção, falta de ética, podem nos levar para ‘ruas da amargura’.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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