Você já se pegou pensando se as pessoas nascem inteligentes e permanecem assim durante a vida inteira? Ou se existe alguma forma de desenvolver ainda mais a nossa inteligência? Vamos refletir juntos sobre isso?
Por muito tempo, acreditou-se que a inteligência fosse uma característica pré-determinada, que as pessoas já nasciam sendo inteligentes, medianas ou, infelizmente, não tão dotadas de habilidades cognitivas.
O cérebro, para muitos, é um mistério insondável, mas a verdade é que, hoje, a ciência já sabe muita coisa a respeito do cérebro. E já sabe, por exemplo, que ele pode ser muito mais flexível do que imaginamos.
Essa flexibilidade do cérebro é frequentemente referida como neuroplasticidade, um termo que tem origem no estudo das mudanças físicas que ocorrem no cérebro em resposta ao aprendizado e experiência. Há uma série de pesquisas que evidenciam essa flexibilidade do cérebro.
Por exemplo, um estudo conduzido pela Universidade de Londres, em 2006, mostrou que os taxistas que navegavam pelas ruas intrincadas da cidade tinham uma maior quantidade de matéria cinzenta na parte do cérebro associada à navegação espacial, quando comparados com a média da população. Este estudo é um exemplo de como a experiência e o aprendizado constante podem efetivamente alterar a estrutura do nosso cérebro.
Outra pesquisa notável, realizada pela Universidade de Zurique, revelou que aprender uma nova língua pode causar o crescimento de áreas específicas do cérebro. Os participantes do estudo que aprenderam um novo idioma durante três meses mostraram um aumento significativo no tamanho de áreas cerebrais associadas à linguagem.
Estes estudos, e muitos outros, confirmam a ideia de que o cérebro é altamente maleável e que, através do aprendizado constante e da prática, podemos literalmente expandir e fortalecer nosso cérebro.
Ao aprender novos conceitos, novas habilidades, ao desafiar o nosso cérebro, formamos novas conexões neurais, nossas células cerebrais se multiplicam e ficam mais fortes.
Aí você diz: – “Ah Ronaldo, tem coisa que eu não consigo aprender. Matemática? Inglês? Não dou conta”.
Acredite, você pode aprender. A prática e o aprendizado contínuo fortalecem o nosso cérebro, o tornam mais eficiente, mais inteligente. Ser inteligente, portanto, não é uma condição pré-existente. Nem mesmo o QI, quociente de inteligência, é fixo.
A aparente inteligência inicial de uma pessoa não determina automaticamente o sucesso ou a realização de grandes feitos.
Na verdade, um alerta: acreditar que se é inerentemente inteligente pode levar a uma mentalidade fixa e a um comportamento acomodado, deixando de desafiar e expandir nossos limites.
Então, como podemos desafiar nosso cérebro e continuar a aprender? O segredo é a prática e a constante curiosidade. Tenho algumas dicas práticas para você:
Mantenha-se curioso: Busque sempre se interessar por coisas novas, saia da sua zona de conforto, faça perguntas, explore o desconhecido.
Desafie-se a aprender coisas diferentes: Música? Pintura? Um jogo? Não importa qual seja o assunto, aprenda algo novo todos os dias. Você pode fazer isso inclusive por meio da leitura… Pode ser sobre um personagem histórico, uma escola de arte, ciência política, filosofia… O importante é sempre adquirir novos conhecimentos.
Tudo isso ajuda a fortalecer seu cérebro.
Pratique regularmente: A prática leva à perfeição, e no caso do cérebro, a prática leva ao fortalecimento. Repita o que aprendeu. Lembre que o cérebro é como um músculo: quanto mais exercitar, mais ganha força.
Enfim, cultive a persistência: Não desista na primeira dificuldade. Lembre-se, o aprendizado é um processo, e cada passo, por menor que seja, é uma conquista.
Não tenha medo de aprender coisas novas, por mais desafiadoras que pareçam. Cada pequeno passo que você dá é uma vitória, é um fortalecimento das suas células cerebrais, é uma expansão do seu potencial.
Para concluir, quero compartilhar uma frase de Carol Dweck, pesquisadora e grande defensora do desenvolvimento do cérebro e da mentalidade de crescimento: “Você controla sua mente. Pode ajudá-la a crescer, utilizando-se dos meios certos”.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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