O que um detetive britânico da ficção e do século 19 pode nos ensinar sobre negócios atuais ou sobre carreira? Elementar, meu caro leitor. Está na hora de investigarmos e descobrirmos.
Junte uma capa xadrez bege, um cachimbo curvado, uma boina de caçador e uma lente de aumento para idealizar um dos mais populares personagens da ficção. Com mais de 100 anos após a sua criação, Sherlock Holmes ainda é tão atual quanto sua primeira aparição em 1887, escrita por Sir Arthur Conan Doyle. Um dos fatores para isso é o ciclo de reaproveitamento da indústria de entretenimento sobre suas histórias. São filmes, seriados, livros, jogos, revistas, sites especializados e mais de 250 sociedades e fã-clubes ativos no mundo.
Se pensarmos em termos mercadológicos do “produto Sherlock Holmes”, os números são surpreendentes. Somente a saga do detetive em dois longas-metragens, estrelado pelo ator Robert Downey Jr., ultrapassou a casa de um bilhão de dólares em receita. As ações e campanhas bem exploradas sobre o detetive mais famoso de Scotland Yard dariam, certamente, boas aulas de marketing.
O detetive é composto por algumas das maiores qualidades que um ser humano pode possuir. Algumas pessoas podem perguntar: “Por que eu iria querer modelar minha vida com um personagem de ficção, especialmente um que foi escrito a mais de cem anos?”. Não há problema em ser cético, Sherlock certamente aprovaria! Mas o que você tem que lembrar é que Holmes era, em muitos aspectos, um reflexo de seu criador. Sir Arthur Conan Doyle que era um gênio em todos os sentidos da palavra: médico, autor prolífico, aventureiro, historiador, intelectual – ele fez tudo isso.
Ele derramou uma grande quantidade de sua sabedoria e ideias sobre o personagem de Holmes, complementando a influência de professores e mentores na criação do personagem. Muitas habilidades do detetive, como a sua capacidade de deduzir toda a história de vida de uma pessoa, por exemplo, foram baseadas nas habilidades dos homens da vida real que Conan Doyle teve a sorte de estudar na faculdade de Medicina. Com habilidades reais que acompanham Holmes, muitas dessas características são virtudes admiradas no mundo corporativo. Foco obsessivo, objetivos no trabalho, incapacidade para aceitar a mediocridade, desejo primordial de mais conhecimento, uma vontade de assumir riscos enormes.
A verdade é que estas mesmas qualidades poderiam ser usadas para descrever alguns dos empresários mais bem-sucedidos dos tempos modernos: Steve Jobs, Bill Gates ou Donald Trump.
Desvendando o mistério: Algumas das mais apreciadas qualidades de Sherlock Holmes estão em três princípios básicos: observação, dedução e conhecimento. Ele foca em todos os detalhes para resolver um caso, até mesmo nos que a polícia ignora, aqueles que não parecem tão importantes. A psiquiatra russa Maria Konnikova, colunista da revista Scientific American diz que um dos segredos de Holmes está em focar sua concentração total em apenas um assunto por vez, ao invés de muitas coisas ao mesmo tempo. Para a psiquiatra, o que é considerado multitarefa, na verdade, é o cérebro focando em outra tarefa.
Eu, na minha vida de palestras, tenho colocado que fazer sucesso demanda SUBTRAÇÃO e não ADIÇÃO. Fazer MENOS COISAS para obter MAIS EFEITO. Ao invés de fazer mais coisas e ganhar EFEITOS COLATERAIS. Para Holmes, nosso cérebro é um sótão, inicialmente vazio, que deve ser mobiliado aos poucos. Outro fator destacado pela colunista da Scientific American como indiscutivelmente importante para Holmes está em seu poder de imaginação. Ela defende que, através de uma observação detalhada, podemos encontrar soluções inusitadas para os problemas que enfrentamos. E era assim, ao explorar a potencialidade criativa, que o detetive chegava a resoluções caso a caso. De fato, Sherlock Holmes tinha o hábito de resolver problemas insolúveis e alcançar o que todos pensavam ser impossível. Essa razão faz com que o detetive seja inspiração real e relevante para muita gente, mesmo sendo um personagem do século 19. Afinal, podemos sempre aprender com os melhores, independentemente do período de tempo em que viveram – ou, neste caso, foram criados.
LIÇÕES: 1. Tenha informações. Uma das chaves do seu sucesso é que Holmes se recusa a tomar uma decisão sem bons dados. 2. Esteja aberto a possibilidades. Não descarte à primeira vista ideias que parecem malucas ou impossíveis. 3. Não tenha medo de sujar as mãos. Holmes rastejava no chão sujo de uma cena de crime e entrava em qualquer buraco onde pudesse encontrar alguma pista. 4. Cuidado com a intuição. Holmes era famoso por não deixar emoções afetarem seu julgamento ou a busca pela verdade. Isso também é crucial na tomada de decisões de negócios importantes. 5. Divirta-se. O que impulsionava Holmes a sair da sua cama confortável e cair na fria noite de Londres não era uma chance para melhorar sua conta bancária, pagar duas despesas ou fama. Ele encarava os casos porque gostava, porque se divertia. Resolver um caso era seu sentido de realização e satisfação.
Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!
- Gilclér Regina palestrante de sucesso, escritor com vários livros, CDs e DVDs que já venderam milhões de cópias e exemplares no Brasil, América, Ásia e Europa. Clientes como General Motors, Basf, Bayer, Banco do Brasil, Grupo Silvio Santos, entre outros… compram suas palestras. Experiências no Japão, Portugal, Estados Unidos, entre outros países… 5000 palestras realizadas no país e exterior. Atualmente no top 10 dos livros mais vendidos no ranking do Google.