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Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista atende 150 crianças e adolescentes

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, é um transtorno de desenvolvimento neurológico que se apresenta de várias formas. De modo geral, o TEA afeta a linguagem, comunicação, interação social e comportamento social. Consequentemente, pessoas dentro do espectro podem ter padrões de comportamentos repetitivos, interesses fixos e hiperfoco, hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensorias, entre outros.

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1% da população mundial pode ter autismo. Além disso, estima-se que em todo o mundo, uma a cada 160 crianças convivem com o diagnóstico de TEA.

Em Maringá, a Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista da prefeitura foi inaugurada em maio de 2020 e é especializada em terapias multidisciplinares para crianças com TEA, inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS). Para ser atendido pela clínica, não existe idade mínima, é preciso somente ter o diagnóstico que comprove o transtorno. O atendimento vai até os 18 anos.

Atualmente, são realizados 700 procedimentos por mês, 150 crianças e adolescentes são atendidos de forma fixa, além dos pais, que recebem orientações a cada três atendimentos dos filhos. As atividades são acompanhadas por equipe formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, pedagogos, nutricionistas fisioterapeutas, profissionais de educação física, assistentes sociais e farmacêuticos.

Segundo a gerente de Saúde Mental da prefeitura, Maria Heloisa Cella, existem metodologias específicas para o atendimento na clínica. “Utilizamos a metodologia responsiva, que é cientificamente comprovada e que tem um trabalho bastante efetivo com bons resultados”, diz.
A clínica não tem parcerias com associações, porém, se unem na mesma causa. Ainda conforme Maria Heloisa, existem os estágios na área da saúde. “Precisamos fazer com que os alunos cada vez mais entendam a lidar com o autista. Também temos em Maringá o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSI) que atende transtornos mentais graves e autismo mais grave.”

FILA DE ESPERA
A dona de casa Vanessa Miranda Beraldo descobriu que o filho era autista com dois anos. Arthur Henrique Miranda Beraldo Orias não falava e tinha várias ações relacionadas ao transtorno, como não interagir com outras pessoas, organizar todos os brinquedos, andar com as pontas dos pés e não olhar diretamente para a mãe. “Liguei na faculdade e consegui a clínica de fonoaudiologia para atender meu filho e desde a primeira consulta eles me encaminharam para levar em um neurologista, pois eles acreditavam que ele era autista”, revela.

Ela o levou no neurologista e teve a confirmação. “Foi um choque, por mais que eu sentisse algo diferente, fiquei sem chão quando eu descobri e como já faz todo esse tempo, porque já estamos em 2023 eu corro contra o tempo, pois meu filho ainda não fala.”
Arthur está na fila de espera da Clínica de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista da Prefeitura de Maringá desde 2021. Além disso, é atendido duas vezes na semana pela Associação Maringaense dos Autistas (AMA). “Lá eles preparam o meu filho para poder ser incluso na escola e ajuda muito. Como não tem psicólogo, terapia ocupacional, fonoaudiologia ainda para meu filho pelo SUS porque está ainda na fila de espera eu recorri a faculdade Uningá e hoje ele faz fono e terapia ocupacional. O que o SUS não está fazendo eles me ajudam enquanto aguardo esta fila andar”, desabafa.

SUPORTE
O Instituto Maringaense de Autismo (IMA) foi fundado em 2018 por Divanir Braz Palmas. Mantido por capital próprio e por doações de empresas parceiras, tem projetos voltados para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os projetos são de tênis, educação física e capacitação escolar. Além disso, existem alguns em fase de implantação.

Para participar, existe um formulário para ser preenchido, que é divulgado nas redes sociais ou disponível na recepção do IMA. As vagas dependem do programa oferecido.

Já a Associação Maringaense dos Autistas (AMA) atende de modo gratuito crianças, adolescentes, jovens, adultos e as famílias. Criada em 1992 com a finalidade de viabilizar à pessoa autista uma vida digna, oferece suporte por meio de informações e orientações para o melhor convívio no lar e na sociedade, com atendimento socioeducacional.

Com isso, o público-alvo são pessoas diagnosticadas com TEA, desde grau leve, moderado e grave, que se caracteriza como um transtorno de neurodesenvolvimento. A instituição atende 103 indivíduos, incluindo crianças de 03 a 12 anos, adolescentes e adultos, com apoio a educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental (1º ano e 2º ano) e Educação de Jovens Adultos (EJA), sendo estes usuários de Maringá e região (Mandaguaçu, Sarandi, Marialva, Ourizona, Castelo Branco, Floriano e Paiçandu).

Maynara Guapo
Foto – Reprodução

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