Pedágio é o direito de passagem retribuído por taxa cobrada pelo poder público ou por uma concessionária, para ressarcir-se dos investimentos feitos na construção, conservação e melhoramentos em rodovias, por exemplo.
No Paraná foi instituído em 1996, pelo governo estadual, que recebeu delegação para gerir rodovias federais no estado e as concedeu à inciativa privada.
Muitos não entendem o mecanismo vigente de 1996 a 2021, e o novo sistema proposto, criticando governador, porque não teria licitado a tempo, o que gerou um vácuo, causando transtornos por falta de manutenção, visível em muitos trechos, sem a garantia de que as tarifas baixarão.
A verdade é que foi o governo federal quem não renovou a delegação das rodovias federais ao Paraná, preferindo assumir o processo de licitação, numa espécie de ‘ deixa comigo’ que vou barretear as tarifas, a começar pela medida eleitoreira de isentar motos. Lembram das motociatas?
Eleitoreira também foi deixar vencer contratos, para começar o processo de licitação, abrindo as cancelas no ano eleitoral , talvez pensando em dividendos eleitorais para ambos ( Bolsonaro e Ratinho), então candidatos à reeleição, passando a impressão de que conseguiram o que Requião sempre alardeou: ‘ pedágio baixa ou acaba’. No primeiro momento acabou e a promessa é que só voltaria com o valor mais baixo, o que pode não se concretizar
Com a decisão do governo federal de retomar o controle das BRs e as conceder à inciativa privada, o executivo do Paraná, com autorização da Assembleia , propôs inverter o processo de 1996, e ceder a administração das PRs que pretendia conceder à pedagiadoras, para inclusão na licitação sob o comando do Ministério dos Transportes, com atuação direta da ANTT, no processo que se arrasta desde 2021.
Portanto, não há inocentes quando o assunto é pedágio. Todos são ‘pecadores’ e esperamos que os pecados cometidos nos 25 anos anteriores, que foram graves, a ponto de quase levar alguns para o inferno, não se repitam. Uns foram perdoados pelo ‘purgatório do acordo de leniência’, com o MPF como pode ser lido aqui https://angelorigon.com.br/2019/03/08/tem-deputado-defendendo-acordo-bonzinho-com-pedagiadora/ confessando que pagaram propina. Outros pelo esmagamento da operação lava jato, cujos principais esteios, no Pr., Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, estão vivendo o ‘Inferno de Dante’, acusados de pecados que talvez nem tenham cometidos, embora os da vaidade e ambição política pareçam explícitos.
Falando do ‘purgatório religioso’, ao contrário do conceito da Doutrina Católica, discutível na própria Igreja, a Doutrina Espírita nos ensina que penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos.
Cada um tira de si mesmo o princípio da felicidade e desgraça. Assim, o inferno e o paraíso não existem, tais como muitos imaginam. São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, os de uma mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas os perfeitos onde queiram, até para ajudar os imperfeitos.
A imaginação de locais, de penas e das recompensas, provém da tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não nos é possível compreender.
O chamado purgatório também é uma alegoria. Não há não um lugar determinado, mas o estado dos Espíritos imperfeitos, em expiação até a purificação completa, que os levará à categoria dos bem-aventurados. Isso só é possível por meio das diversas encarnações.
O purgatório consiste nas provas da vida corporal. Jamais foram determinados e definidos claramente o lugar e o tipo de penas aí sofridas. À Doutrina Espírita coube o preenchimento dessa lacuna, explicando-nos a causa das terrenas misérias da vida, das quais só a pluralidade das existências poderia mostrar-nos a justiça.
Concluindo, o purgatório pode ser entendido como um ‘pedágio, caro’, para a felicidade , pago com boas ações e orações silenciosas, às vezes.
Akino Maringá, colaborador
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