A cada 10 acidentes atendidos pelos bombeiros em Maringá, sete envolveram motocicletas desde o começo do ano. Diante disso, para orientar os motociclistas a respeito de como ter uma postura mais segura no trânsito, a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) tem um programa de aulas de direção defensiva.
Segundo o Corpo de Bombeiros neste ano foram registrados no município 1.283 acidentes, sendo os motociclistas as principais vítimas. Assim, existem algumas técnicas que podem ajudar o motociclista a se livrar de uma situação de perigo.
Eder Barbosa é empresário e se lembra de todos os acidentes que sofreu quando era moto entregador. “Eu sofri 32 acidentes em 20 anos. 60% foi causa de terceiros e os 40% foi responsabilidade minha. Não conseguir frear a moto no momento correto, falta de atenção mesmo”, diz.
Nos últimos anos, ele passou a se expor menos nos riscos do trânsito. De moto entregador, agora é dono de uma empresa de entregas, que conta com 60 profissionais. Dessa forma, para tentar diminuir os acidentes com a equipe dá orientações. “Cuidar deles e ter uma visão mais ampla do trânsito para poder sair de casa e voltar com segurança. Andei fazendo alguns cursos, com o tempo temos mais cautela com o trânsito.”
As orientações são gratuitas e são passadas por meio de um projeto da Semob. O treinamento consiste em duas fases, sendo teoria e prática.
Claudinei Andriani Pires é instrutor de direção defensiva e alerta para um erro muito comum entre os motociclistas. “O motociclista pilota com um olhar a três ou quatro metros a frente só. A prioridade é a visão panorâmica, de adversidades que podem acontecer.”
Consequentemente, essa adversidade pode ser uma curva que o condutor não conhece direito. Uma atitude que ajuda muito é como o motociclista vai manter o tronco, os braços e os pés, ou seja, tudo isso ajuda a dar mais segurança quando o perigo surge. “O corpo é fundamental para que o motociclista e a sua moto sejam um só”, revela Pires.
Além das técnicas, os instrutores reforçam cuidados básicos, antes mesmo de ligar a moto, sendo que um deles é deixar o capacete bem firme na cabeça com uma fivela na jugular apertada.
Desse modo, a quantia de mortes analisada nos primeiros meses deste ano mostra que esse erro pode ter custado a vida de muitas pessoas. “Os oito primeiros acidentes dos motociclistas que o programa Viva no Trânsito registrou e analisou, foi que seis desses motociclistas perderam suas vidas porque a jugular estava solta”, diz o instrutor de direção defensiva Claudinei Andriani Pires.
Desta vez, o treinamento é para funcionários de uma empresa de segurança que fez a solicitação para a Semob. “Nossa intenção é aperfeiçoar cada vez mais eles para evitar acidentes. É tanto um cuidado com eles quanto com os outros. É devido o índice de acidentes mesmo que a gente está proporcionando junto com a Semob esse treinamento. Não tivemos acidentes com essa equipe dentro da empresa”, afirma o coordenador de manutenção da empresa, Ricardo Aparecido de Souza.
Marcelo Castanho é técnico instalador e trabalha com moto há mais de dez anos. Ele aprendeu a incluir as técnicas na rotina do trabalho. “Não havia essa compreensão de que esse posicionamento correto era para a minha proteção. Havia uma atitude sem esses cuidados, esses recursos eu não tinha mentalmente para poder se proteger no trânsito. A minha situação agora vai ser proativa, me colocando numa posição em que eu possa me proteger melhor.”
O treinamento é gratuito e qualquer pessoa pode se inscrever, inclusive empresas. Sendo assim, para fechar uma turma são necessários 10 participantes. Os interessados podem entrar em contato com a Gerência de Educação para o Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) por meio do telefone 3221-8516.
Maynara Guapo
Foto – Reprodução
