Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Maringá os vereadores votaram ontem por 13 votos favoráveis e um contrário, a aprovação do projeto que suspende a aplicação da Lei Seca ao longo do vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Desse modo, o projeto é de autoria dos vereadores Mário Hossokawa (PP) e Mário Verri (PT). A pauta foi colocada em primeira discussão na sessão e teve voto contrário somente do vereador Sidnei Telles (Avante).
Segundo o presidente do Legislativo maringaense, o edil Mário Hossokawa, é preciso fazer esse teste para ver como vai funcionar, como as pessoas e as forças de segurança da Cidade vão se comportar.
De acordo com o vereador Mário Verri, a lei não é para acabar com a Lei Seca. “Nós estamos fazendo até uma experiência porque ela revoga só até o dia 31 de dezembro desse ano. Senão for feita outra lei, volta tudo normalmente. O vestibular até alguns anos atrás, inclusive quando foi feita essa lei em 2008, era um vestibular para praticamente 20 mil pessoas que vinham e centralizavam tudo na UEM e em alguns colégios por perto. Durava três ou quatro dias. A lei veio de encontro naquele momento que era necessária a gente tomar alguma providência, porque todos os alunos ficavam naqueles bares de frente com a universidade, nas repúblicas, isso acontecia com muita frequência”, afirma.
Ainda segundo ele, está sendo analisada a mudança de comportamento. “Um vestibular hoje o máximo é de 4 a 5 mil pessoas, porque não é mais centralizado só na UEM em Maringá, nos câmpus em outras cidades também acontece. O vestibular já acontece em apenas um dia, é só no domingo. Então, nós estamos penalizando os donos de bares, que fecham os bares desde a sexta até na segunda ou na terça. Nós temos duas leis que foram criadas e mesmo eu não sendo favorável a elas, uma que não se pode beber na rua em Maringá e outra é aquela lei que a 200 metros do portão das universidades não pode ter bar. Isso já inibe a concentração de pessoas perto da universidade. Nós queremos ver a evolução de tudo isso que aconteceu nesses anos, fazendo um teste, senão der certo, podemos voltar. Acredito que com todas essas ações que foram feitas, nós vamos ter tranquilidade para que os bares possam voltar a funcionar, sem deixar de entender a preocupação dos moradores. Precisamos que as medidas continuem sendo adotadas.”
Representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de Maringá e da Associação de Moradores da Zona 7 (AMZ7) acompanharam a votação no plenário.
O cancelamento da aplicação da Lei Seca nas proximidades da UEM tem um prazo de cumprimento até o dia 31 de dezembro deste ano.
LEI SECA
Em Maringá, a Lei Seca para o vestibular da UEM vale desde junho de 2008, por meio da lei Nº 8.054. Na época, o projeto atendia uma solicitação de moradores dos arredores, para evitar abusos nas ruas das redondezas da instituição de ensino.
Assim, pela lei, os comerciantes da região são proibidos de vender bebidas alcoólicas das 20h de sexta-feira até às 23h59 do domingo, no fim de semana que especialmente ocorre o vestibular. A multa pelo descumprimento da medida é de R$ 500 para ambulantes e R$ 5 mil para comerciantes.
Neste ano, o vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ocorrerá no dia 27 de agosto.
Maynara Guapo
Foto – Reprodução