Caminhoneiros avisaram por WhatsApp para que colegas que estivessem a caminho de Maringá se cuidassem, “pois aqui o coro tá comendo”.
A Receita Federal deu prosseguimento à Operação Rota da Borracha, iniciada terça-feira com a apreensão de pneus sem nota de compra em 12 revendedoras de Maringá, Marialva e Sarandi. Caminhoneiros que estariam rodando com pneus comprados nessas lojas ou no Paraguai a preços bem abaixo do mercado, alertaram colegas pelas redes sociais de que a Receita estava retirando pneus comprados ilegalmente e deixando alguns veículos “no toco”.
A reportagem do Jornal do Povo tentou mas não conseguiu contato com o setor de fiscalização da Receita Federal de Maringá. Porém, confirmou a informação com um borracheiro que não quis se identificar , pois disse que foi apenas contratado para realizar a troca dos pneus em uma carreta furgão e em um caminhão vazio. A carreta estaria transportando frango e para entregar a carga perecível o motorista precisou acionar a transportadora que lhe havia contratado, como forma de viabilizar a substituição com a urgência necessária.
Várias mensagens foram passadas por caminhoneiros a colegas via WhatsApp, alertando que evitassem vir para Maringá. Um deles aconselhou: “Quem estiver vindo pra Maringá com pneuzinho importado, cuidado que o coro tá comento aqui”. Outro chamou os colegas do grupo com um alerta ainda mais claro: ”Aí galera do grupo, cuidado, porque aqui no GT Petro, antigo Posto Petrocafé , tem vários caminhões no toco. Os homens vieram e arrancaram tudo. E os motoristas tiveram que pagar a mão de obra ainda. Faz o L”.
Na operação deflagrada terça-feira, foram apreendidos 663 pneus de caminhão, importados ilegalmente. Foram pneus que vieram do Paraguai e na região eram vendidos a preços bem abaixo do comércio legal, sem o devido pagamento de impostos. De acordo com a Receita Federal, transportadoras e motoristas autônomos faziam fretes da região de Sete Quedas (Mato Grosso do Sul) até Maringá, onde os pneus trazidos da fronteira com o Paraguai eram colocados nas lojas autuadas.
Redação JP
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