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Hospital Psiquiátrico de Maringá completa um ano fechado

O Hospital Psiquiátrico de Maringá completou um ano fechado e a diretoria tenta na justiça a reabertura do lugar para poder garantir o tratamento de pessoas com transtornos mentais ou com dependência química.

Não existe ainda previsão de reabertura. Maria Emília Parisoto de Mendonça é diretora do hospital há 22 anos e relata que a situação é uma irresponsabilidade com a população. “É algo muito grave, uma demanda muito grande. O hospital está em condições para atender”, diz. Ainda segundo ela, a desassistência é grande. “Você encontra pacientes nas ruas, sem atendimento. Existem mais de 700 pessoas na fila de espera.”

Por meio de nota, a Prefeitura de Maringá se manifestou sobre o assunto. “A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o Hospital Psiquiátrico foi interditado em outubro do ano passado pelo não cumprimento da legislação sanitária. Para regularização, a instituição deve realizar as adequações necessárias para resolução das irregularidades apontadas no processo administrativo, o que não ocorreu até o momento. Entre as medidas necessárias para cumprimento da legislação sanitária estão a apresentação de projeto arquitetônico que demonstre a capacidade operacional com a quantidade de leitos pretendidos e apresentação de Projeto Terapêutico Singular (PTS), conjunto de condutas terapêuticas necessárias para atender as especificidades de cada indivíduo e cada demanda. O PTS é essencial para garantir o cuidado, assistência à saúde e a eficácia no tratamento dos pacientes.”

Ainda segundo a prefeitura, a quantidade de leitos foi ampliada nas unidades de atendimento em saúde mental da rede municipal. Desse modo, foram abertos 10 novos leitos na Emergência Psiquiátrica do Hospital Municipal, subindo de 26 para 36 leitos. De janeiro a junho deste ano, foram realizadas mais de 4,5 mil consultas psiquiátricas no local, o que equivale a uma média de 25 consultas por dia.

ESTABELECIMENTO

Interditado no dia 15 de julho de 2022, o último paciente que ficou internado no Hospital deixou o tratamento no dia 2 de agosto. Após isso, nenhuma outra pessoa conseguiu tratamento, mesmo que muitos em situação de rua passem ainda em frente ao espaço para pedir ajuda. Pouco antes de ser fechado, o hospital recebeu certificado nacional de referência em tratamento pelo Ministério da Cidadania.

O espaço teve várias adaptações em melhorias depois da demanda do poder público, foi realizado investimento no local, visando a reabertura e a quantidade total dos leitos é viabilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e era referência não só para Maringá, mas para todo o Paraná.

Com o fechamento, os recursos vindos de repasse do SUS foram cessados. Emendas feitas por parlamentares que garantiriam melhoria na estrutura do espaço e para o melhor atendimento da população também não chegaram à ponta e não puderam ser usados pelo Hospital.

“Praticamente de um dia para o outro eles resolveram nos fechar e acabar com o atendimento. Além dos nossos pacientes que precisam da nossa ajuda, tínhamos uma estrutura com mais de 100 funcionários que de uma hora para outra ficaram desassistidos. É um transtorno gigantesco para todos que dependem do Hospital”, revela o vice-presidente do Hospital, Maurício Parisotto.

CAPS

O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) III conta com plantão psiquiátrico 24h desde 2017 e recebeu três novos leitos no ano passado, aumentando de 12 para 15 leitos. Na unidade, são feitas em média 30 consultas psiquiátricas diárias. A Cidade também oferece atendimento psiquiátrico e multiprofissional no Caps II, CapsAd e Capsi, além de atendimento psiquiátrico na Atenção Básica e por meio do Consórcio Cisamusep.

Entre os vários profissionais que trabalham na rede de saúde mental do município estão 34 médicos, incluindo psiquiatras, médicos com especialização em saúde mental e residentes em psiquiatria, além de 64 psicólogos.
Os profissionais atuam no Hospital Municipal, nos quatro Caps. Há psicólogos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que realizam atendimentos individuais e em grupo.

Maynara Guapo
Foto – Reprodução

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