Neste mês a implantação da tecnologia 5G no Brasil completa um ano. A quinta geração do serviço de internet móvel já está disponível em 184 cidades, quantidade que inclui todas as capitais do país. Maringá já tem o serviço operando.
Em Maringá, a lei nº 1.333/2022 que libera o sinal 5G no município foi sancionada. A Cidade elaborou a lei que regulamenta a instalação da tecnologia 5G e é responsável por conceder licença para instalação da infraestrutura da antena. A instalação é com as empresas, e a liberação do sinal, com a Anatel.
Com isso, há nove meses a Prefeitura autorizou a instalação da primeira antena de sinal 5G. Em alguns pontos do município, ao olhar para o celular, conseguimos ver um sinal indicando que aquela área tem cobertura 5G, porém, percebemos que a velocidade da internet continua a mesma.
Em vista disso, 18 torres já estão instaladas na Cidade pelas operadoras de telefonia e de internet móvel, o que representa 10% de todas, sendo que a maioria está liberando ainda o 5G de primeiro estágio. São as operadoras que vão definir a quantia de antenas necessárias, o que terá reflexo na qualidade do serviço oferecido para os consumidores.
A diferença do 4G para o 5G de primeiro estágio é a velocidade um pouco maior. Desse modo, pouco mais de 100 aparelhos novos disponíveis no mercado já estão aptos a receber o sinal 5G.
Em algumas regiões do município o 5G aparece na tela de celulares mais novos, porém, não significa que o sinal esteja totalmente liberado. Conforme o superintendente de Outorga da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinícius Caram, existe o predomínio no centro, na Zona 1, Zona 2, Condomínio Villa Bella e no Patrimônio Maringá.
Até o momento, mais de 1.600 cidades já possuem autorização da Anatel para ativação do sinal 5G, porém, para isso acontecer, as operadoras precisam instalar os equipamentos e depois pedir a ativação das antenas.
Para o doutor em comunicações móveis, Elvio João Leonardo, o 5G é um sistema que permite várias bandas de frequência. “Tem bandas de frequência que são iguais as do 4G, portanto vão ter basicamente a mesma cobertura, para você poder usar menos células. Para você ter todos os benefícios do 5G, você tem que trabalhar com células menores, o que significa que você pode oferecer maior tráfego naquela região geográfica menor. Isso implica em mais células e mais antenas”, diz.
As empresas encarregadas pela instalação das antenas em Maringá precisam pedir autorização da prefeitura, como lembra o secretário de Urbanismo, Estevão Palmieri.
O licenciamento é feito de acordo com a lei municipal que já vale desde junho do ano passado e que estabelece as regras para implantação dependendo da região da Cidade, sendo preciso levar em conta a lei de uso e ocupação do solo e os recuos necessários. “Dentro da lei traz três tipos de licenciamento, que é para torre treliçada, que é aquela torre alta, a antena que fica também no topo dos edifícios e a antena de pequeno porte que fica na fachada dos prédios e em postes. É um processo rápido, em torno de 10 dias no máximo a gente já emite a licença.”
Sendo assim, a tecnologia 5G promete mais velocidade na conexão, com maior capacidade de transferência de dados. Ela também deve revolucionar os processos tecnológicos em todos os setores, como indústrias, hospitais e universidades, facilitando o dia a dia.
BALANÇO
O balanço da implantação da tecnologia é bastante positivo e o 5G tem ficado disponível numa velocidade maior do que o 4G, como revela o diretor de Regulação e Autorregulação da Conexis Brasil Digital, José Bicalho. “Após um ano de implantação do 5G já são mais de 10 milhões de usuários, mais de 150 cidades atendidas, onde vivem mais de 40% da população brasileira. O 4G demorou 26 meses para chegar nesses mesmos 10 milhões de usuários, isso demonstra o avanço da tecnologia e o interesse da população. Hoje, já está disponível em todas as capitais e em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes e em algumas cidades com mais 200 mil habitantes, superando as obrigações previstas no edital.”
Segundo o Edital do 5G, as prestadoras de telefonia móvel deveriam ativar, até o segundo semestre de 2022, 1.896 estações somente em capitais. A quantia de estações licenciadas em capitais, porém, já é mais de cinco vezes maior, chegando a 9.481 estações. Isso representa 6,25 estações para cada 100 mil habitantes, o que é bem acima da meta de 1,25 estabelecida pelo edital. Portanto, esse número de estações licenciadas já excede os compromissos de adensamento definidos para julho de 2024.
Maynara Guapo
Foto – Reprodução